
7 Capítulo :
Quando cheguei era quase quatro
da manhã e não faltava muito para todo mundo acordar. Eu não tinha muito tempo.
Peguei o pote e me dirigi ao quarto de hospedes onde agora, era o quarto
daquele magrelo. Abri a porta sorrateiramente, mas ele não estava lá.
Provavelmente tinha passado a noite fora numa farra. Esse era meu dia- quer
dizer madrugada da sorte.
Entrei em seu quarto e fui direto em seu
guarda-roupa e bem na sua gaveta de cuecas eu despejei um pouco do conteúdo do
pote sem ao menos olhar para aquilo. Do jeito que meu estomago estava sensível
e revirado por causa do cheiro....eu não queria arriscar a olhar para a fonte
daquele cheiro. Eu não tinha ideia de onde Jason tinha encontrado aquilo, mas
ele havia dito que não era de verdade. Que só tinha o cheiro e a textura de
carne morta, mas enfim...Tem coisas que é melhor não saber.
Fechei a gaveta lentamente e a porta do
quarto e me dirigi até a cozinha, onde peguei o lanche que normalmente minha
mãe deixa pronto ao Edward e tirei a torta que ela havia separado para ele e
comi. Já que não tinha comido nada mesmo, eu realmente precisava daquilo e
embora minha mãe fizesse, quando eu chegava já não tinha mais nada.
Depois do recipiente estar vazio eu
despejei o resto do conteúdo naquele pote e deixei tudo como estava antes e fui
dormir. Não teríamos aula quando amanhecesse, mas eu teria que ir a escola
depois do almoço fantasiada para cuidar da organização e mexer nas luzes.
Claro, isso tudo com uma adaga muito verdadeira enfiada em minha bota.
Quando fui ver... eu só acordei com os
gritos de Edward e o som de seu estomago se esvaziando.
Pelo jeito minha mãe não estava em casa,
muito menos Jerry. Caso estivessem minha mãe já estaria socando minha porta.
Eu estava pronta para voltar ao
meu sono da beleza quando Edward entrou no meu quarto sabê-la como e vi seu
estado deplorável. Sua pele estava esverdeada e suas mãos manchadas de um tom
vermelho como se ele tivesse acabado de matar alguém, e tinha um traço de
vomito grudado em sua boca. Ele parecia meio louco naquela hora. Muito louco.
─ Vou
você sua vadia ! ─ Ele
gritou e pulou em minha cama segurando meus braços. ─ O quê é aquilo? ─ Ele perguntou, mas eu não sabia o que
responder exatamente.
─ Aquilo
vai ser você no futuro se você não me soltar.
Eu virei meu corpo e dei um
chute em seu estomago e ele caiu da cama, mas ele ainda estava puto da vida.
─ Não
vou contar essa merda para sua mãe , por que você ainda vai sair comigo. Ainda
hoje! ─ Ele gritou e bateu a porta do quarto.
Consegui ouvir ele limpando
tudo e vomitando de vez em quando. Quando ele finalmente pensou que tinha
acabado, ele decidiu comer seu lanche e quando abriu o pote viu minha outra surpresa
e pude ouvir seus xingamentos e mais uma dose de vomito.
Eu não sabia o que Edward tinha na cabeça,
mas ele estava realmente obcecado em tentar tirar algo de mim. E isso estava me
deixando com calafrios. No começo, pensei que Edward só era mais um daqueles
caras chatos e irritantes, mas ele tinha um traço de loucura que eu não tinha
identificado até o momento.
─Você é
pirado Edward. ─ Disse
a mim mesma me virando para dormir. Lembrando que tinha que pegar a chave
reserva que Edward tinha roubado ou trocar a fechadura. Com esses ataques de
loucura dele, eu teria que levar meu colchão ao banheiro.
Quando deu minha hora eu tentei fugir para a
escola, mas minha mãe tinha trancado tudo. Isso era um forte indicio que ela
queria ter uma conversa seria.
A encarei e ela apenas olhou para mim como se
fosse minha dona.
─ Se
apronte. Quero que você saia com Edward agora.
Minha alma quase saiu do meu corpo.
─ Você
não pode estar falando serio! Eu tenho coisas da escola para resolver ! Estou
cuidando do baile de dia das bruxas!
Minha mãe apenas deu de ombros
e tomou uma xicara de chá.
─ Ano
que vem tem mais. ─ Disse
como se eu fosse viver eternamente naquela escola.
─ Eu vou
me formar esse ano! Depois dessa bosta tem faculdade, não tem festas desse tipo
lá. ─ Disse começando a me estressar e sentir
uma agulhada em meus miolos. Isso costumava acontecer quando eu estava nervosa.
Isso e um conjunto de flash e imagens que eu não sabia de onde vinha.
Minha mãe apenas balançou a cabeça e
resmungou alguma coisa que eu não consegui ouvir.
─ Você
vai e pronto. E quero um sorriso aqui. ─ Disse
agarrando em meu maxilar e aquilo doeu. Tanto no corpo como na alma.
─ Papai
vai adorar saber disso, ainda mais se deixar marcas. ─ Com isso ela me soltou e bufou de raiva.
─ Você
acha que seu pai vai resolver todos os seus problemas.
─ Meu
problema começa com uma porcaria de mãe. ─
Respondi irritada. E ela me deu aquele olhar de vou te dar uma surra. ─ Mas isso não vai durar muito tempo. ─ Disse sorrindo. Com satisfação saindo de
todos os meus poros. ─ A casa
vai estar pronta no fim do ano, justo quando eu me formar.
E eu vou embora e você
pode seguir sua vida , posso me esquecer de você e dos meus “problemas”.
Pensei que ela ia me bater, mas ela disse um “
ótimo” e mandou eu me arrumar. E o fiz, apenas para sair de casa, pois se não
eu passaria o dia todo trancada em casa. Mas eu não fiquei toda arrumadinha
como Edward gostaria. Eu me vesti de pirata e até que estava bonita demais para
alguém como ele e guardei a adaga que meu pai costumava usar quando ia viajar.
Meu
pai gostava muito de ar livre, então ele sempre levava algo para se proteger e
quando ele se separou da minha mãe, ele havia me deixado aquela adaga.
Eu sai do quarto e Edward estava me esperando
com uma cara vitoriosa e me fez sentar no carro de jerry, que tinha emprestado
ao inútil de seu filho aquela tarde. Antes mesmo de Ed sentar seu traseiro no
banco eu já tinha enviado uma mensagem para Megan e uma para Darla, alertando
que Edward estava me sequestrando. Não que fosse uma verdade, mas não era
mentira uma vez que eu não queria estar ali. Com ele. Naquele carro. Nesse
planeta.
Ed ligou o carro e foi dirigindo eternamente
numa viagem estranha que levou 2 horas e a cada minuto eu sentia meu fim. Eu não
sabia o por que dele estar me levando tão longe, mas aquilo não era bom. Tentei
enviar outra mensagem, mas Ed tentou pegar meu celular e lutamos dentro do
carro em movimento para saber quem venceria. Apertamos um monte de botões e meu
celular acabou ligando para uma de minhas amigas e eu gritei.
─ Edward
você vai me matar !
Quando terminei de dizer aquilo
meu celular já tinha sido tirado da minha mão e ele o arremessou pela janela .
─ Enfim
sós. ─ Disse ele com um sorriso no rosto.
Magrelo maldito. Pensei o
amaldiçoando, mas minha raiva se transformou em medo quando vi meu destino. Parque
Wolfpire. O parque muito conhecido por ter uma lenda de um guerreiro rude que
ameaçava a cidade, onde as pessoas daquele vilarejo desapareciam em meio a
neblina e seus corpos eram encontrado sem sangue e as vezes faltando lhe os
pedaços.
Eu havia me perdido naquele
parque quando era mais nova. Tive uma forte febre e depois que acordei no
hospital meu pai havia dito que eu fiquei fora por 1 semana e perguntou onde eu
estava, como sobrevivi, mas eu não lembrava direito. Lembro somente de ter
escorregado e caído de um lugar alto, por causa daquela febre eu mal enxergava
o que via e eu era uns 7 anos mais nova do que sou agora. Eu tinha uns 10 anos.
Mas sabia que tinha alguma coisa daquela floresta.
As arvores pareciam não acabar
mais e havia uma leve neblina saindo entre elas. E mesmo sento depois do
almoço. Aqui deste lado era como se estivesse prestes a anoitecer.
─Por que
você me trouxe aqui?─
Perguntei tentando parecer valente , mas ele não estava prestando atenção em
nada o que eu fazia.
Edward trancou as portas com um botão e tentou
uma aproximação, mas eu me encolhi e gritei.
─ Me
leve para casa agora!
Mas mesmo assim ele não se
sentiu nada intimidado, ele se sentia como se eu fosse uma criança indefesa.
─ Só de
pensar que você deve estar sem nada por baixo disso tudo... torna tudo tão
sexy.
─ Você é
louco! ─ Gritei e tentei socar o vidro com minha mão
, mas Edward me agarrou e tentou me beijar a força e eu gritei mais forte e
desesperadamente ainda.
Ed sorriu se divertindo do meu
desespero e me encolhi no meu canto, quando ele tentou se aproximar novamente,
a porta do carro foi arrancada para longe e Edward foi puxado por uma força
sobrenatural para fora. Eu não sabia se ficava mais desesperada ou se me sentia
aliviada. Mas decidi entrar em desespero quando vi um enorme lobo negro
atacando Edward e apenas parando para olhar pra mim.
Como apenas só tinha uma saída daquele
carro eu sai por ela e entrei na floresta correndo e ofegante. Pois no meu caso
se eu ficasse o bicho come e se correr o bicho pega. Pelo menos se eu corresse
eu teria alguma chance de sobrevivência, mas se continuasse lá... Provavelmente
eu teria o mesmo destino que Edward e com certeza se fosse para mim morrer, não
ia ser ao lado dele.
Eu tropecei e cai algumas vezes
e quando estava prestes a morrer de tanta falta de ar, esperei um pouco para
voltar a correr, mas eu acabei esbarrando em algo, ou melhor, alguém. Jason
Blade estava na minha frente com uma cara nada amigável.
─ Ele
tentou... com você. ─ Disse ele com suas roupas negras
desalinhadas como se tivesse se vestido enquanto corria. Mas eu não estava
ligando para mais nada.
Eu não dava a mínima pelo fato
dele saber onde eu estava e o que Edward havia tentado e nem como ele tinha
chegado aqui tão rápido. Tudo que eu precisava era um lugar ou alguém que eu me
sentisse segura no momento e esse alguém era ele.
Lagrimas juntaram em meus olhos
e tudo que consegui fazer foi responder com um sim com a cabeça e chorar
enquanto o abraçava.
─ Eu
pensei que ninguém... e eu ficaria aqui... e ele...
Jason alisou minhas costas e pude sentir a
onde enérgica saindo de seu corpo, mas não era mais fria era quente como raios
de sol. E me concentrei naquilo para acalmar meus nervos.
─ Está
segura agora.
Eu o abracei mais forte
sentindo o cheiro dele e não sabia mais o que fazer.
─ Como você
chegou aqui ? ─ Perguntei imaginando
como ele tinha sido tão rápido, sendo que eu estava quase aqui quando consegui
ligar ( mesmo que fosse por acidente do destino) para minhas amigas.
Ele deu de ombros e colocou sua
jaqueta sobre meus ombros.
─ Eu moro aqui.
Aquilo eu não esperava. Como ele podia ir para
a escola com duas horas de viajem ?
─ Você
me achou por acidente então. ─ Minha
voz saiu quase triste. Seria mais emocionante se ele fosse meu cavaleiro de
armadura brilhante, voando a sei la quantos quilômetros por hora para salvar
minha virgindade de um tarado.
Ele hesitou um pouco pensando
no que ia me responder e quando o fez, eu fiquei sem palavras.
─ Eu
senti seu medo e ouvi seus gritos.
─ Gritei
tão forte assim? ─
Perguntei assombrada. Eu nunca tinha conseguido gritar muito forte, já tinha
tentado, mas minha voz ia sumindo quando chegava a um certo nível.
Jason colocou suas mãos nos
bolsos de sua calça e me encarou.
─ Não
foi isso . ─ Disse ele se
aproximando novamente. ─ Te
encontrei por que sou um vampiro. E você tem meu sangue em seu sistema.
Esperado desesperadamente a reação dela!!!!
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