Seguimos
a ambulância na picape de Ian e depois de chegarmos ao hospital ficamos do lado de fora por um tempo, ficamos
esperando para ter a confirmação de que estávamos prestes a entrar num
apocalipse zumbi.
− Você acha
que vai mesmo acontecer esse tipo de coisa?
− ele perguntou olhando para mim para saber minha reação verdadeira.
Alguns momentos antes ele não parecia ter duvidas. Parecia mais certo do que
eu. Era estranho pensar que aconteceria, mas se pensar direito...
O governo fazia tantas coisas por nossas costas, cientistas fazem tantas pesquisas, testes... Nada é impossível para o ser humano. Na verdade, eles nem precisam ser zumbis. Basta ter uma peste da vaca louca, ou algum tipo de vírus que nos deixe pirados que bastava.
O governo fazia tantas coisas por nossas costas, cientistas fazem tantas pesquisas, testes... Nada é impossível para o ser humano. Na verdade, eles nem precisam ser zumbis. Basta ter uma peste da vaca louca, ou algum tipo de vírus que nos deixe pirados que bastava.
Não que eu quisesse de verdade isso, mas
num tipo de situação como essa é melhor pensar em tudo. Caso fosse tudo uma
coisa de nossas cabeças, poderíamos ir para nossas casas ou dar um amassos e
contar para nossos netos como fomos idiotas pensando que estávamos sob ataque
terrorista zumbi.
− Não
sei de verdade. Acho que podem não ser zumbis, mas algo que mexe com nossos
miolos e nos deixa violentos, sem medo de machucar a nós mesmos. Você viu a
mulher.. ela não parecia um zumbi, mas foi...
−
Estranho. – Ele disse terminando a frase por mim.
Ficamos mais um tempo dentro da picape até
ouvir um barulho ensurdecedor de sirenes de policia. Ian ligou o radio do carro
para ver se era alguma coisa séria. Se fosse... apareceria em todas as tvs e
rádios. Alguns canais não estavam pegando, ele passou mais alguns e pegou
alguma coisa bem cabeluda.
“ Recebemos
uma ligação do Hospital Publico da Salvação, uma das enfermeiras diz não
conseguir manter os pacientes quietos e já não tem mais calmantes no deposito.
” _ Uma voz masculina, rude e grossa disse logo antes de uma mulher começar a
gritar do lado de fora do hospital.
− Eles
estão loucos ! Estão loucos!!!!!!!! – Em seguida ela se jogou na parte da
frente de nossa picape e caiu dura no chão. Meu coração estava disparado e dava
para senti-lo na minha garganta , somente depois que me acalmei percebi que
estava agarrada ao braço de Ian como se fosse meu salva-vidas e o TITANIC onde
eu estava tivesse afundado.
−
Definitivamente estranho... – Ele disse antes de dar ré no carro e voltar pelo
caminho que tínhamos vindo. Eu não questionei sua atitude. Estava com medo e
queria ir para casa e era isso que eu ia
fazer.
− Eu
acho melhor ir para minha casa.
− Tem
certeza? Você pode dormir na minha... – Balancei minha cabeça por vários
motivos e vários não eram certos. 1 – meus pais estariam em casa e eu tinha que
protege-los. 2 – Eu não poderia dormir na casa de Ian onde meu ex, irmão dele
mora naquela casa. 3 – Não podia dormir numa casa onde teria dois homens que um
queria e um já teve algo comigo.
− Não
posso... Meus pais. – Disse tentando o fazer entender e ele balançou a cabeça em afirmação. Eu não
podia admitir, mas estava sentindo algo estranho no coração. Uma leve falta de
ar. Um pressentimento que eu tinha que dizer alguma coisa para quebrar o
silencio ou simplesmente fazer alguma coisa, pois Santo Deus Misericordioso.
Eu estava sentindo algo por aquele homem. Não sabia se era uma reação ao choque
dos ocorridos ou outra coisa, mas eu me sentia desconfortavelmente bem perto
dele, até demais para minha sanidade . Eu me sentia até mesmo culpada em pensar
em amassos, quando eu deveria estar caçando armas e jogando no meu porão.
Provavelmente eu deveria estar saqueando um supermercado para ter como
sobreviver trancada em casa .
− Tudo
bem. – Disse ele virando na esquina e seguindo em frente, mas alguns quarteirões
e eu estaria em casa. Com meus pais e um sentimento sem saber o que fazer. O
que eu faria? O que eu diria para eles? “ Pai todo mundo está louco e atacando
as pessoas! E se jogando em carros! Tranque as portas e vamos racionar a
comida” Meu pai me jogaria no manicômio e eu seria pega de jeito.
Minha Primeira lição do meu guia que eu
ainda tinha que aprender Era:
1 - Convença a todos que você não esta louca,
assim eles se juntam com você e não, contra você .
Seguimos pela estrada principal e estávamos
quase chegando com aquele sentimento que tínhamos que dizer algo, mas ninguém
se atreveu a dizer. Fiquei pensando em algo bom para dizer a meus pais, mas
nada convincente a minha mente. Ian percebeu minha preocupação e tentou me
acalmar.
− Vai
dar tudo certo . – Disse ele prestando atenção no sinal que tinha ficado
vermelho. – você é boa quando o assunto é sair de problemas. – Disse terminando
a frase num sorriso enorme e brincalhão no rosto, igual aqueles sorrisos que
damos quando lembramos de algo engraçado de nosso passado.
−
Lembro de quando você numa de nossas aulas tinha sentado no fundo por que você
não queria que o professor visse que você não tinha dissecado seu sapo; ai ele
cismado com você foi até sua mesa, mas antes dele chegar eu troquei nossos
sapos e quando você viu ele com o peito aberto você vomitou nas calças do Sr.
Norris quando ele chegou perto de você.
– Ian parou por um momento para gargalhar da minha cara e depois que o
sinal ficou verde ele seguiu em frente. Eu não aguentei e ri também.
− Você
deveria ter me avisado sobre isso, ai eu não teria sequer olhado o sapo. –
Disse dando um tapa em seu ombro . – E em que mundo você acha que isso é sair
de problemas? – Perguntei.
− Ora..
– Ele disse dando de ombros. – Sr . Norris nunca mais quis dissecar um sapo e
todos nós gostamos disso.
− Então eu tiro os outros de problemas e não
saio deles.
− Algo
assim.
Um pouco mais calma nem percebi que estava
perto de casa até Ian estacionar a picape em frente minha casa. Ele saiu e
abriu a porta para que eu pudesse sair e teve aquele momento novamente. Ele
chegou mais perto encostando seu rosto perto do meu e pude sentir seu hálito
quente perto de minha boca.
− Hoje
foi divertido... – Ele começou e logo quando ia me beijar meu celular começou a
tocar. Como meu celular estava dentro da minha bolsa na picape, demorei para
achar no meio de minhas tralhas da escola e quando encontrei já tinha caído na
caixa de mensagem. Era uma chamada do meu pai.
− É meu
pai. – Disse guardando o celular. – Ele deve estar preocupado, está tarde. –
Falei mais para me acalmar do que ele. E se meu pai não estivesse em casa?
− Eu
posso entrar e dar uma desculpa a ele.... – Ian falou, mas desconfiei que era
só uma desculpa para ele entrar e ficar caso meu pai não estivesse em casa. Que
era exatamente o que eu temia.
− Não
tudo bem. Não vamos conseguir uma boa desculpa de qualquer forma... Meu pai
conhece muitas desculpas para acreditar em alguma hoje em dia.
Ele colocou as mãos nos bolsos da calça
jeans e pareceu relutante em sair, mas mesmo assim o fez.
− Me
ligue caso precise de qualquer coisa , ligue a qualquer hora que eu venho e
pego você . – E eu desejei muito que não houvesse necessidade.
Lágrimas se juntavam nos meus olhos e me
segurei. Estava com medo e não queria ficar sozinha e Ian por alguma razão me
fazia sentir segura e protegida.
−
Obrigada. – disse o abraçando, sentindo seu calor e quando nos separamos senti
um vazio. – Eu ligarei. – Ian foi até a picape e procurou algo no porta luvas.
Era uma arma, ele a pegou e colocou na minha bolsa.
– Caso eu demore. – E com essas palavras ele se
foi e fiquei parada olhando sua picape desaparecer pela rua.
Olhei para o céu e um monte de nuvens
negras haviam se juntado e logo começaria uma tempestade, o que poderia ser
perfeito para um cenário de terror num apocalipse zumbi. Pensei. Só que não.
Destranquei o portão e entrei e o fechei, trancando-o de novo para ter certeza
que eu estava segura na minha casa. Só por precaução. Girei a maçaneta da
cozinha , mas a porta estava trancada e isso queria dizer que não tinha ninguém
ou que eles estavam indo dormir. Peguei minhas chaves, entrei e fiz o mesmo que
tinha feito com o portão, tranquei a porta e fiquei dentro de casa sozinha.
− Mãe? Pai? . −
Gritei e não tive resposta. Então subi e não os achei em lugar nenhum.
Então procurei em meu celular para ver se tinha uma mensagem de voz ou algum
recado, mas nele só tinha uma mensagem.
“ Levei sua mãe ao medico por que
ela estava com alergia , por isso não se preocupe. Chegaremos tarde...”
E logo embaixo estava a coisa que mais poderia
me assustar..
“ Estamos no hospital da
salvação.”
Eu não
sabia o que fazer ou o que pensar, tudo que eu sabia é que estava ferrada até o
pescoço e tinha que voltar ao ultimo lugar que eu queria estar, no hospital PUBLICO
da salvação; E logicamente qualquer pessoa que já esteve ou frequenta um
hospital publico, sabe que la tem um bocado e mais um pouco de gente, ou seja,
eu teria que ser Buffy ou Chuck Norris para entrar e sair de lá vitoriosa, mas
por enquanto eu me contentaria em ser eu mesma. Uma garota com arma e mãos
tremulas de pavor.
O que foi? Eu não disse no guia que ser uma
garota era fácil. Principalmente nestas condições.
Segunda regra do guia : “– Se você não passar na
primeira regra ou não precisar dela, querida... você esta tão ferrada quanto
eu. Pois a essas alturas, você terá que virar a Buffy ou a Alice do Resident
Evil. Mas se contente em apenas ter armas suficientes e ter pernas saudáveis , você
precisara delas para correr. E muito.”
Eu tinha a arma e as pernas, só faltava ter
sorte e um plano...
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