Desci
as escadas puta da vida e doida para mandar Dylan ao inferno com minhas
próprias mãos , mas Ian me impediu de chegar perto da cozinha antes que pudesse
fazer qualquer coisa.
─
Prometo mata-lo de um jeito rápido e indolor. ─ Disse do modo mais sincero o
possível. ─ Ele só vai sentir um desconforto no pescoço.
Ian me
colocou sobre seus ombros e me levou para cima nos trancando dentro do quarto
dele. Eu me sentei na beira da cama ainda chocada e querendo cometer um
assassinato. Queria ficar sozinha para pensar, mas Ian nunca me deixava em paz,
mesmo quando eu realmente precisava.
E como
se lesse meus pensamentos, ele se sentou ao meu lado e me abraçou. Ian tinha um
sorriso nos seus lábios para me confortar e tentou ao máximo minimizar o
problema.
─ Por
mais que eu queira que você dê uma lição ao meu irmão...Eu não posso deixar
infelizmente. ─ Ai ele já estava pronto para um discurso digno de um rei, mas
graças aos céus seu celular começou a tocar em seu bolso.
─ O quê?
. Onde você está?. Tudo bem ai?. Ahã. Ok. Vamos buscar vocês então. ─ De
repente ele gritou. ─ Não fiquei ai! Que merda. Não. Aqui está um caos.
Chegamos ai em 3 horas. Ok. Até. Te amo também.
Ele se virou para mim e revirou os olhos.
─ Já
sei de um jeito de você melhorar o humor... Vamos buscar meus pais e deixo você
usar a arma no caminho. Você me cobre enquanto dirijo. Ok?!
Concordei
com a cabeça, mas queria discutir sobre o assunto. Como que eu cuidaria das
coisas sendo que nunca tinha atirado em alguém? Eu não ia desenvolver uma
desenvoltura com uma arma há não ser que de repente eu me lembrasse das minhas
vidas passadas e lembrasse que eu era a maior atiradora do mundo. O que eu
duvidava muito que isso fosse acontecer um dia... Mas se for pensar por um ângulo
diferente... eu também nunca achei que o mundo fosse governado por zumbis. Não
de verdade, pelo menos.
Ian
conversou com seu irmão que estava louco para ir e começaram uma discussão. Dylan queria ir e minha amiga também, mas se
fosse assim , na hora da volta não teríamos espaço suficiente para todos no
carro e ia ser muito difícil atirar em alguém ou até mesmo mover a própria perna
num carro apertado e cheio de gente. Então Ian tentou convencer seu irmão que
nós dois irmos sozinhos era o melhor. Dylan podia ser um babaca, mas atirava
bem e ele podia cuidar da segurança da casa enquanto estávamos fora, assim
quando voltássemos teríamos um lugar seguro para ficar.
Depois de Dylan ficar comovido com toda a
confiança que seu irmão estava colocando nele, ele aceitou sem mais delongas.
Na verdade , se minha amiga soubesse atirar, seria bem capaz de Ian a colocar
no comando. Mas bem. Isso fazia parte essencial do manual. Aprenda a usar uma
arma para você não depender de babacas.
Abastecemos a caminhonete 4x4 com gasolina, armas , água e alguma coisa para comer e partimos. Ian
dirigia e eu fui na parte traseira que estava coberta e se algum zumbi entrasse
em minha linha divisão eu atiraria da janela. Foram as três horas mais longas e
doloridas da minha vida. A cada curva meu corpo ia para um lado e estar com uma
arma na mão não ajudava. Uma hora ou outra eu me via imaginando meu corpo indo
para um lado e a arma tremendo em minhas mãos até a hora que ela fosse
disparar. Felizmente isso não aconteceu, mas meu traseiro estava tão dolorido
que eu preferia lutar contra um grupo de zumbis do que ficar naquele carro.
Isso meio que me ajudou um pouco, pois minha raiva e coragem aumentou e eu já
estava pronta para matar qualquer coisa na minha frente.
Quando
a caminhonete parou e Ian abriu a parte de trás que vi que estávamos na frente
de um hotel muito elegante e que obviamente íamos sofrer até chegar nosso
destino. E claro que eu estava certa.
O hall de entrada tinha tantos zumbis que eu
não sabia por onde começava e terminava aquilo. Sem pensar no tanto de munições
que tínhamos que ter... E o barulho? Com certeza chamaria o dobro de atenção.
─ Vamos
entrar na caminhonete e ir pela parte dos fundos. Lá deve ter uma piscina bem
funda. ─ Disse a Ian que me olhou surpreso.
─ Isso
é algum tipo de plano? ─ Disse meio excitado e concordei .
─
Bem... é melhor do que chamar a atenção e gastar balas atoa.
E lá fomos nós. Por sorte a piscina estava
cheia e deveria ter mais de dois metros de profundidade. Talvez usassem para
praticar natação olímpica ou algo do tipo. Já que devia ser normal um hotel
daqueles receber gente famosa , atletas...
Pensar nisso meio que me deu um arrepio na
espinha, pois imaginei um cara esguio correndo na velocidade da luz. Isso sim
ia ser um problema.
A piscina já estava com dois zumbis no fundo
dela e aproveitei que eles estavam distraídos para pegar uma almofada inflável e
por meu celular sobre ela e parti. Entrando no carro com Ian e nos escondendo
por entre as arvores .
─ Como
vai chamar a atenção deles? ─ Ele perguntou duvidando do meu plano. Mas na
verdade eu tinha que admitir que até eu estava surpreendida. Um Elemento
surpresa sempre é bom.
Eu
encarei aqueles olhos lindos e sorri.
─
Coloquei meu celular boiando numa almofada inflável na piscina. Daqui 1 minuto
ele vai começar a tocar repetidamente por causa do alarme do despertador e a
voz de uma mulher vai aparecer gritando. Esse é o toque do meu celular. Isso
vai chamar a atenção deles para a parte dos fundos e vão cair na piscina. Como
são lentos, os que caírem não vão conseguir sair.
─ Há
não ser que boiem.
Quase revirei os olhos.
─ Eles
não vão ficar quietos tempo o suficiente para boiar ou nadar.
Terminando de dizer isso ouvimos meu
celular cantando e eles vindo. Ficamos parados e imóveis dentro do carro. As
janelas eram negras e só dava para enxergar do lado de dentro para fora. Quem
estava lá fora não conseguia ver, isso até o anoitecer. Pois dai , também não veríamos
nada.
Quando vimos que eles estavam caindo nos dirigimos para a entrada do hall e
pegamos o elevador. Não sei por que Ian estava com um lançador de flechas ( ou
besta , se preferir) e eu com uma mini espada. Pelo menos foi isso que me
parecia, já que aquilo não podia ser classificado como espada e sim, como uma
fação enorme. Como aqueles que servem para cortar mato. Ou mini foice. E me
passou pela cabeça que talvez Ian tivesse medo que eu atirasse com a besta no
traseiro lindo dele. Não que eu fosse fazer... mas eu nunca tinha mexido
naquilo. Mas uma faca de cortar mato era quase um insulto. Mesmo assim segui
quieta do seu lado enquanto ele me levava pelos corredores e a cada sombra eu
pensava que íamos ser atacados.
Acabamos por chegar no quarto de seus pais
tranquilos e eles abriram a porta para nós. Quando fizeram isso eu senti uma
coisa estranha... não daria para por em palavras, mas era como se sentir presa
numa jaula com um animal selvagem. Ele fica te encarando e não faz nada, mas
mesmo assim você sabe que ele vai te atacar, mas não sabe o momento exato.
Ian
abraçou seus pais e levou o dedo aos lábios pedindo silencio. E seguimos nosso
caminho para os corredores para chegar ao elevador. Ian na frente, e eu nos
fundos cuidando de seus pais caso algo aparecesse atrás de nós. Mas no caminho
vi que sua mãe estava focada em algo invisível nas costas de ian, então a
encarei para ver o que estava de errado e foi ai que eu vi...
─ Seus
olhos ... mudaram de cor.
Não deu tempo nem de Ian se virar para ver do
por quê eu tinha dito aquilo e ela já estava em cima de mim. Quando seu corpo
se chocou com o meu a faca acabou entrando um pouco em seu corpo, mas ela não
parecia ligar. Ian estava olhando aquilo como se fosse uma ilusão criada por
sua cabeça e pensei que ele não fosse me ajudar e não me ajudou. Seu pai o
estava chacoalhando, o que era bom , pois ele parecia o único que estava são
ali. Seu pai tentou tirar sua esposa de cima de mim e tive que gritar para ele
não se aproximar, pois ele poderia acabar daquele jeito e nossa vinda até ali
seria inútil. Ian até que levantou a mão, mas não era para me ajudar, era mais
para tentar tocar sua mãe. Eu sabia o que ele estava sentindo. Ele estava com
medo e não queria machucar sua mãe. Nem eu queria machuca-la, pois ela sempre
tinha sido ótima e amigável comigo, mesmo eu não sendo da mesma classe social
que seus filhos. Então a empurrei e ela acabou caindo dentro de uns dos
apartamentos de bunda e tranquei a porta por fora.
─ E
agora? ─ Perguntei ao Ian e ele me olhou chocado. ─ E agora? ─ Repeti e nada.
Me doía muito, mas tive que dar umas bolachas nele para ele voltar para a
terra.
─ Porra
Ian! E . Agora? Ela esta segura e trancada, mas e agora? ─ Perguntei repetidas
vezes. Nenhum dos dois parecia querer deixa-la para trás e eu não poderia
deixar os dois ali. Eu precisava e muito que Ian acordasse de seu mundinho e
respondesse. Se ele demorasse muito teríamos que nos esconder pois a bateria do
meu celular não era imortal. E a essas horas ele já estava no fundo da piscina.
Ian levantou e seguiu para o corredor indo em
direção ao elevador. Sem dizer uma palavra sequer pelo caminho. Quando entramos
ele segurou minha mão e olhou para mim emotivo.
─ Nós
voltaremos para busca-la, certo?
Eu não queria responder que não, pois ela já
tinha deixado de ser ela mesma, mas pelo estado de choque dele e a dor que ele
estava sentindo. Eu prometi.
Apertei
sua mão de volta e respondi.
─ Claro
que vamos querido. Assim que as coisas se acalmarem por aqui. Eu não queria
dizer, mas talvez quando esse dia chegasse sua mãe estivesse bem diferente do
que estava agora...
Que dó do Ian,posso imaginar seu choque.
ResponderExcluirMas fica cada vez melhor apesar de toda tristeza . Curiosissima pra saber o q vai acontecer !
verdade, mas ela ainda tem chances de sair dessas. Por isso pensei em deixar ela trancada rsrs acho que vou misturar um pouco de magia nisso para ficar mais interessante.
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