A Maldição dos Wolf - 17º Capítulo

                           
                                        
                 17° Capitulo:
Havia se passado alguns dias e a minha personalidade forte tinha chegado ao seu limite. Eu tinha pensado em muitas coisas, jeitos, e formas de como toda a merda tinha ido para o ventilador, mas não encontrei respostas certas há não ser que Melina provavelmente tinha possuído Dimitri. Essa foi a única resposta que tive. Nesses dias Dimitri ficou afastado de mim e quanto mais eu tentava ficar perto dele, mais irritado ficava. Até que ele chegou num ponto de ficar transformado do outro lado da mansão. 24 horas por dia. Não precisava ser muito esperta para saber que aquilo era um “ Fique-longe-de-mim!”. Principalmente quando Dimitri sabe que eu morro de medo de sua forma bestial. Principalmente quando esta correndo em alta velocidade.


   Sim. O amo, mas não era obrigada a aguentar aquilo! Eu precisava tomar uma decisão difícil. Precisava pensar no que ia fazer ... No começo pensei em devolver a aliança e dizer que se não estava bom o suficiente para ele eu iria embora, mas na minha cabeça era isso que Melina queria que eu fizesse. Então eu não faria, por orgulho de não dar essa graça a ela. Mesmo que eu tivesse louca para voltar para casa e chorar para minha mãe.

Então o melhor seria enfrentar Dimitri, na sua forma bestial ou não, na verdade não fazia diferença esses dias. Dimitri agia sempre da mesma forma fria e dolorosa de sempre.

    Alexander me ajudou nesses dias, ele sempre vinha tentar me animar e ficava até de madrugada conversando comigo mesmo estando com pouca vontade de responde-lo. Até pensei que seria mais fácil se eu me apaixonasse por ele...mas acho que isso não ia funcionar até que meu coração estivesse sem nenhum vestígio de Dimitri. O que seria muito difícil.

   Eu estava deitada em minha cama depois do jantar ouvindo os passos ruidosos de Dimitri do outro lado da casa. Ele tinha pego o costume de beber e ficar andando até que eu ficasse cansada de ouvi-lo e fosse dormir. Quando ouvi seus passos indo para a biblioteca eu o segui, mesmo que fosse devorada viva por ele, mas ele iria ouvir umas poucas e boas! Ah se vai!

   Entrei na biblioteca silenciosamente e o avistei sentado perto da janela com uma garrafa de vinho vazia nas mãos. Seus olhos estavam fechados e a luz das velas a sua volta fazia com que sombras dançassem sobre seu rosto. Ele estava lindo e parecia sonolento. Era muita sorte ele não ter se transformado hoje...

   Cheguei perto de seu rosto e o chamei 3 vezes. Ele resmungou meu nome e depois abriu os olhos. Quando o fez achei que ele ficaria zangado, mas ele parecia triste. O que era muito ruim. Não bastava estar bêbado, agora tinha que estar triste! Olhando para ele agora eu nem mesmo sabia por que gostava tanto dele.

Se continuar assim eu me caso com seu irmão. Disse a ele zangada.
Eu sabia que ele tinha seus motivos para estar triste, seu cavalos tinham morrido, estava amaldiçoado a se transformar numa besta quando estava descontrolado, mas mesmo assim eu não via onde eu tinha que pagar por isso.

  Ele tossiu um pouco e se ajeitou na cadeira tentando parecer seguro de si, mas a imagem desengonçada era patética.

Eu odeio bêbados Dimitri. Principalmente quando sou obrigada a ver isso todos os dias.

  Ele riu da minha cara e chacoalhou a garrafa para ver se tinha mais alguma coisa. Isso me fez lembrar de uma vez que Helena havia me levado a uma festa, onde conhecemos um tal de Louis. Ele agia como o Dimitri de agora, bêbado, chato e agindo como se soubesse de algo que não sei. A diferença era que ele pelo menos queria tocar em mim... E como queria! Eu nunca tinha passado por tal desespero em toda minha vida, pois Louis não era só um bêbado pervertido como ele gostava muito de ouvir uma mulher desesperada pedir por ajuda. Acho que se eu não tivesse sorte ele teria me... Ou seja. Eu tinha motivos que sobra para não gostar de alcoólatras pirados.

   Dimitri olhou para mim e me puxou para seu colo. Seu hálito estava com um cheiro forte e tive que virar o rosto rapidamente para não ficar embriagada somente com aquele cheiro.

─ Minha querida esposa... ─ Disse ele zombando de si mesmo.

Eu o encarei e segurei seu rosto em minhas mãos.

─ Qual é seu problema Dimitri? Por que está agindo como um babaca?

Ele desviou o olhar e disse:

─ Eu tenho muitos problemas... e não sei como resolver.

Eu me levantei saindo de seu aperto e arrumei meu vestido.  

Todos nós tínhamos problemas e ele se chamava Melina, mas até onde sei estávamos indo bem. Todos nós, juntos.

─ Todos nós estamos com problemas, mas você está com um raro problema. Seu problema é ser orgulhoso e cabeça dura demais, para me dizer a verdade.  ─ Ele pareceu surpreso e abriu ligeiramente os olhos.

─ Verdade? Vai dizer que você não sabe a verdade?

─ Não , eu não sei. A não ser que eu cometi um grave erro, eu fui imprudente, irresponsável. Eu nunca tinha sido assim antes e me apaixonar me tornou uma pessoa estupida. Agora estou pagando meu preço.
Ele riu levando sua mãos aos olhos e enxugou umas lagrimas e pegou um livro a sua frente. Eu fiquei tão irada que dei um tapa em sua mão e o livro voou caindo ao longe, um pedaço de jornal muito caiu dele e pairou sobre meu pé e só pude ler Melina Dlakhos. Isso mesmo.

Melina Dlakhos.

 Eu peguei o jornal com raiva e o amassei jogando na cara de Dimitri.

─ Esse é seu problema Dimitri? Um sobrenome e um jornal velho?! Não me faça rir. ─ Disse indo em direção a porta. ─ Você me ama tanto Dimitri que fui a primeira pessoa que você sacrificou, mesmo sem saber se isso era realmente verdade! ─ Gritei com ele e ele se levantou agarrando meu braço com uma força excessiva demais para uma garota como eu.

─ Não é mentira. Eu lembrei. Esse jornal era do tempo que ainda era humano! ─ Ele gritou de volta;
  
Eu estava chocada e queria sair dali antes que eu não aguentasse segurar mais minhas lagrimas, mas não consegui. Chorei por um monte de coisas, chorei por tristeza, choque e raiva. Entrei em desespero e soltei minha mão com um movimento brusco e dei-lhe um tapa em seu rosto deixando uma marca de meus dedos.

─ Que culpa eu tenho seu idiota!

Dimitri começou a se transformar e a porta a se torcer até sair da dobradiça e arremessar seu corpo para o outro lado da sala. Alexander devia ter ouvido nossa discussão e decidiu intervir para meu bem estar. E não era só isso. Alexander e Dimitri estavam igualmente putos da vida.

─ Se tranque no meu quarto. ─ Disse ele colocando uma chave nas minhas mão. ─ Só saia de lá quando eu pedir.

  Eu não queria ir, mas mudei de ideia quando vi uma besta demoníaca pairando no ar indo em minha direção com sua boca aberta e seus dentes a mostra. Pensei que ele ia conseguir me pegar antes que pudesse correr, mas no ultimo segundo Alexander conseguiu por a porta no lugar e me isolar do lado de fora enquanto ele e Dimitri brigavam do lado de dentro.

  Corri pelos corredores ouvindo os gritos e os xingamentos e fiz o que Alexander havia me pedido e me tranquei em seu quarto. Fiquei chorando de raiva e tive o disparate de gritar que Dimitri merecia aquilo, pois ele não era bom. Ele não confiava em ninguém e machucava as pessoas que o amavam. Ele merecia... Alexander e sua família não.


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Melina...

  Está ficando melhor que o planejado ! ─ Disse rindo com tanta sorte que estava tendo em tempos ! Nunca tinha visto Dimitri tão infeliz e desesperado como nesses últimos dias. E para melhorar a garota ainda tinha dito que ele merecia ! Ah sim! Isso era quase bom demais para ser verdade, pois agora talvez ela não tivesse mais afim de livra-lo da maldição. Talvez ela até pudesse me dar uma forcinha...ou não me atrapalhar mais.

Tudo que eu precisava era faze-la se sentir pior do que estava, faze-la se sentir como eu me senti há décadas atrás. ..

Um plano a estava sendo formado em minha mente. Um plano que decidiria a maldição dos Wolf.

   Meu corpo foi se materializando no quarto de Alexander na mansão dos Wolf onde a alma de Destiny brilhava em uma mistura de vermelho e roxo, de raiva e tristeza passando por suas veias.

─ Olá minha querida. ─ Disse com minha voz o mais doce o possível.


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Eu nunca tinha visto Melina, mas a primeira vez que a vi em pessoa quis torcer seu pescoço de frango até ver sua alma ir para o outro mundo. Sem mencionar sua voz exageradamente falsa e doce.

─ Olá minha querida. ─ Disse ela fingindo estar sentida com o que estava acontecendo na mansão.

Eu olhei ferozmente para ela e me sentei pronta para distribuir umas bolachas.

─ O quê está fazendo aqui? ─ Perguntei incrédula com sua cara de pau.

Melina deu de ombros como se eu não estivesse prestando a atenção.

─ Você não percebe minha criança. Ele nunca vai mudar. Ele só gostava de você por que pensava que você era útil para seus objetivos, quando soube que compartilhamos uma linhagem sanguínea ele deu o fora e simplesmente te descartou.

Eu não queria acreditar em sua palavras, mas era exatamente isso que estava parecendo. Mesmo assim respondi o contrario do que estava pensando.

─ Isso não é verdade.

Ela ergueu uma sobrancelha vitoriosa sentindo minha hesitação.

─ Oh não?! Então me diga o quanto ele a tocou amorosamente momentos atrás. ─ Eu não consegui responder e ela apontou para meu braço. ─ Esse roxo deve ser de uns amassos de amor , não?!

Envergonhada eu desviei meu olhar e olhei para as marcas de dedos de Dimitri. Não estavam doendo , mas sem duvida meu coração estava aos pedaços.

  Melina esticou a mão num convite.

─ Venha minha criança. Vou lhe mostrar tudo o que Dimitri me fez e você verá o quanto eu tive razão.  


 E sem pestanejar eu peguei sua mão, atravessamos as barreiras do tempo e voltamos para o século XVIII. Onde Dimitri ainda humano e cafajeste fazia a festa com seu irmão mais novo com as mundanas.



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