15° Capitulo:
Quando acordei Dimitri ainda estava dormindo sobre mim e fiquei um tempo olhando para o teto até perceber algo se movendo sobre ele como um camaleão camuflado. Alexander. Pisquei algumas vezes para ter certeza e quando estava comprovado, finalmente falei.
Quando acordei Dimitri ainda estava dormindo sobre mim e fiquei um tempo olhando para o teto até perceber algo se movendo sobre ele como um camaleão camuflado. Alexander. Pisquei algumas vezes para ter certeza e quando estava comprovado, finalmente falei.
─ Veio trazer café na
cama ou o quê? ─ Perguntei a ele e a tal coisa abriu um sorriso. Eu não queria
admitir, mas quando ele faz isso, é assustador. Como se eu estivesse no País
das Maravilhas e ele fosse aquele gato estranho e assustador que aparece de repente.
Sem mencionar que parece que a parede criou dentes e poderia me comer...
Alexander desceu até a cabeceira da cama
ainda camuflado e decidiu bater um papinho ali mesmo, comigo nua e seu irmão
dormindo por cima, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
─ Só queria ter certeza
que tudo deu certo... ─ Disse ele um pouco envergonhado.
Eu assenti com a cabeça.
─ Tudo as mil maravilhas
e 40ºgraus de temperatura. ─ respondi. A minha sorte era que depois de um tempo
você fica acostumada com a temperatura dele, mas mesmo assim dava aquela
sensação de estar meio febril.
─ 40º graus? Isso é...
Horrivel, não sei como você aguenta.
Nem eu, mas não ia dizer isso. Dimitri ainda
tinha um complexo sobre sua forma amaldiçoada e eu não queria dar motivos para
ele ficar triste. O Dimitri de agora não tem tanto auto estima quanto tinha
antes. Pensei em até dizer que pensar em Dimitri nu ajudaria no calor, mas
qualquer um, sabe que isso daria mais calor do que já estava sentindo. Então
simplesmente não respondi.
─ Correu tudo bem.
Bonitinho. Nem virou lobo em cima de mim nem nada. ─ Acabei dizendo por fim e
ele pareceu feliz pelo seu irmão.
─ Que bom. ─ Disse
alegre e meio emotivo. ─ Pensei que teríamos a presença de Melina. Tudo estava
calmo e feliz de mais. Pensei que ela teria bolado alguma coisa para deixar
Dimitri infeliz.
Ele tinha razão. Mas acho que Melina estava
tramando alguma coisa, provavelmente não ágil por que tinha sido pega de
surpresa com o casamento, nem mesmo eu sabia que Dimitri e Alexander iam agir
tão rapidamente daquele jeito.
─ Talvez ela esteja
ficando velha... ─ Disse e ele pareceu duvidar.
─ Era para estar velha á
mais de 150 anos. Não que tenha alguém contando. ─ Disse revirando os olhos e
cruzando os braços sobre o peito. ─ Ficamos meio loucos um tempo, então não
sabemos exatamente quantos anos ela tem.
Queria perguntar ‘Como assim loucos?’ , mas
decidi deixar quieto para não tocar em assuntos delicados e trazer alguma
ferida de volta, mas Alexander deve ter percebido minhas intenções de poupá-los
então ele mesmo decidiu falar.
─ Há ... não foi nada
demais. Foi no começo. Eu era o irmãozinho doente, sempre ficava gripado e
mesmo assim saia a noite com Dimitri. Quando bateu a maldição estávamos
assustados. Eu estava doente e pensei que estava ficando louco quando meu corpo
começou a fazer parte da casa quando eu a tocava. O mesmo ocorreu com Dimitri.
Quando percebemos que tudo era real... Bem, digamos que foi um choque terrível.
─ Disse ele com uma pontada de dor ao se lembrar do que passou. ─ Mas pelo
menos não fiquei mais doente.
Eu não sabia o que dizer naquela hora,
queria pelo menos tocar sua mão e dar algum conforto, mas eu estava presa com
Dimitri e nua. Sim. Não podia esquecer desse detalhe.
─ Vocês ficaram fortes.
E como minha mãe fala ‘ Tem males que vem para o bem’.
Alexander revirou os
olhos e olhos para baixo. Olhei para a mesma direção que ele só para ter
certeza que nada do meu corpo estava muito a mostra e quando olhei vi que
Dimitri estava acordado. Olhando para mim.
─ Olá. ─ Disse ele como
um gato preguiçoso e eu adorei aquilo.
─ Olá. ─ Respondi no
mesmo tom que ele e para nossa alegria Alexander riu de nós e nos imitou.
─ Olá, que tal um
beijinho irmãozinho. ─ Disse ele revirando os olhos novamente e rindo de nossa
cara.
Dimitri jogou um lençol
sobre mim e se levantou para arrumar suas ‘coisas’ que estavam para fora de sua calça. Alexander tapou seu
olhos e fez cara de ofendido.
─ Que horror irmão!.
Ninguém quer ver suas coisas!.
Dimitri riu e disse algo
que não consegui entender . Parecia outra língua ou algo assim, mas não pareceu
incomodar Alexander, pois ele respondeu na mesma língua. E isso me irritou um
pouquinho. Eu não era o tipo de pessoa que gostava de se sentir assim,
incompreendida . Sem noção. Ou como todos dizem, brizando ou boiando no assunto
mesmo.
─ Vocês podem falar na
minha língua, vocês sabem né. É bom as vezes saber o que está acontecendo.
─ Só xinguei ele em
outra língua. ─ Dimitri disse me dando uma piscadinha cheia de promessas. ─
Poupar seus ouvidos de coisas como essa.
─ Hey! ─ Alexander resmungou
se fingindo de ofendido. ─ Não me chame de ‘coisa’. Várias coisas podem ser
nomeadas como ‘coisa’. Como: Soltei uma ‘coisa’, aquela ‘coisa’ fede. Nada que
é nomeado como ‘coisa’ é bom.
E rimos.
─ Você tem razão. ─ Disse eu.
─ Não dá para discutir contra
um argumento desses. ─ Dimitri concordou então pegou um travesseiro e jogou no
rosto de seu irmão. Não sei se a força que ele exerceu para jogar o travesseiro
tinha sido proposital, mas foi o bastante para Alexander parar em outro quarto
e derrubar algum móvel.
─ Desculpe! ─ Disse
Dimitri meio sem graça e do outro lado da sala ouvimos um “ Tudo bem !” que
Alexander gritou junto com alguns resmungos do tipo “Ele pensa que eu me
machuco fácil desse jeito, eu aguento dias brigando” e acabamos rindo um pouquinho
dele. Alexander tinha ainda um coração infantil e isso era ótimo.
─ Eu não estou
acostumado a medir minhas forças... ─ Dimitri começou e eu já sabia onde isso
ia parar. ─ Machuquei você ?
Seus músculos estavam tensos e por ele ficar
mexendo com as mãos eu já sabia que ele estava esperando uma resposta negativa
ou algo do tipo.
─ Não. ─ respondi indo
ao seu encontro e dando um beijo nele. ─ Nada que nenhuma outra mulher não
tenha sentido em sua primeira vez.
Ele pareceu relaxar um pouco , mas não o
suficiente. Ele me carregou em seus braços e me levou para a banheira me
colocando gentilmente dentro dela e ligando a torneira. Quando ela encheu ele
se juntou se sentando atrás de mim e me abraçando por trás.
─ Mas doeu mesmo assim.
Revirei meus olhos.
Dimitri não ia deixar
quieto enquanto eu não dissesse com todas as palavras do meu vocabulário que eu
tinha gostado.
─ No começo, depois foi
ficando bom...
Ele enterrou seu rosto em meus cabelos e
relaxou seu corpo.
─ Pensei ter perdido o
controle... fiquei com medo de fazer alguma coisa e você...se machucasse. Eu
nunca iria me perdoar.
O encarei e coloquei
minhas mãos em seu rosto.
─ Você foi perfeito. Um
poço de auto controle. ─ Menti um pouco. A parte do perfeito foi verdade, mas
ainda sim tinha certeza que ele quase perdeu seu controle, mas ele não tinha
que se preocupar com isso. Quanto mais ele ficasse preocupado, mais tendência a
perder o controle ele tinha. Eu conhecia bem as pessoas o suficiente para
saber. Quanto mais um assunto preocupa você, mais você pensa nele e mais
tendência a cometer erros você tem. Como se fosse uma mina velha e enferrujada.
Você não tem certeza se ela vai explodir ou não e se for, você não quer estar
lá para ver os danos. No caso de Dimitri o assunto era mais delicado. Ele
amaldiçoado com uma parte demoníaca dentro dele que pode perder o controle a
qualquer momento. E por outro lado tem o homem que sofreu tudo isso sozinho sem
ninguém além do irmão para apoia-lo. Tudo para ele foi solitário e ele tem medo
de tudo voltar a ser como era antes.
─ Acha que foi perfeito
mesmo? ─ Perguntou, mas era mais para ouvir minhas palavras novamente. Em seus
olhos não tinha nenhuma incerteza, duvidas.... ele tinha desejo nos olhos.
Desejos por mim, na banheira, agora.
─ Por quê? Quer tentar
me fazer mudar de ideia... ─ Falei e as mãos dele subiram pelas minhas costas e
depois ele foi em direção aos meus seios novamente. Aqueles seios traidores e
sensíveis que me denunciavam só dele tocar.
─ Lobo mal . ─ Disse eu
e Dimitri fez que não com a cabeça antes de colocar a boca em um deles.
─ Sou um lobo bom, muito
bom.
Ele não faz ideia do quanto bom ele é.
Adorei, d++++++++++ ;), amei,amei e amei!
ResponderExcluirobrigada ^^
Excluirtenho mais um para postar hoje. Já vou começar a entrar nas partes boas e testar o amor dos meus personagens. ^^