A Maldição dos Wolf - 10º Capítulo


Quando acordei tinha um café da manhã completo em cima de uma mesinha ao lado da porta e junto um bilhetinho .

Desculpe meus modos de ontemestava escrito e o mais surpreendente era que o bilhete não era de Dimitri e sim de Alexander e eu quase senti algo por ele naquele momento, mas não sabia o que era. Talvez fosse surpresa, amizade ou desconforto. Eu não sabia dizer, mas talvez ele não fosse tão ruim quanto a primeira impressão que ele tinha causado.

    Eu tomei meu café e me arrumei para sair do quarto, o que me levou tempo demais para meu gosto, mas era difícil vestir todo aquele pano e eu me sentia um bolo fofo. A única coisa que eu gostei foram as botas que Dimitri havia me dado. Sai do quarto e fui para a sala tentando achar alguém e consegui achar Alexander fazendo flexões no chão da sala. Ele estava quase desejável. Eu disse quase por que não havia um tipo de sentimento que ligasse a nós dois, mas eu também não era cega. Alexander tinha uma voz bonita, um jeito sensual e uma cara de tarado, e também tinha um porte corporal invejável. Levemente musculoso e com pouco pêlos , divididos perfeitamente nos lugares certos . E esses poucos que ele tinha eram claros , que os deixavam quase difíceis de se ver, isso e o fato dele estar só de calças e sem camisa. E aqueles olhos... que pareciam ler sua alma. Só de pensar nisso ele olhou para mim e me causou um frio na barriga.

– Bom Dia. – Disse ele antes de voltar para o seu exercício.

– Bom Dia. – Respondi educadamente me sentindo estranha. Ele tinha mudado seu modo de agir e não parecia que estava pronto para soltar uma resposta do qual eu provavelmente iria responder a altura ou chutar suas bolas. – Você não está com frio? – Perguntei e ele parou para olhar para mim para me responder.

– Não sinto frio, mas se incomodo posso por a camisa ... – Eu quase fiquei vermelha com o comentário. O que eu diria para ele? Você fica ótimo assim.  Não imagine, perguntei por que seu irmão é quente e não sabia se você era assim...

– Não foi por isso que perguntei se tinha frio, mas é  por que aqui o tempo é estranho, as vezes chove ou neva, mas nunca esta sol ou calor como na parte de baixo onde eu morava, ao pés da colina .

  Ele arqueou uma sobrancelha um pouco divertido. Um humor voltando ao seus olhos e pensei que ele ia me dizer algo safado.

– Você sente frio? Ou... se sente neutra. Nem com calor, nem com frio?

  Na verdade eu não tinha frio, não mais. Mas acho que tinha haver com o fato de não estar mais nevando e o tempo estar nublado lá fora. Um tempo pronto para um tempestade próxima. Tão próxima que pensei como diabos ninguém da cidade percebe que chove e neva aqui ! Uma nuvem demoníaca podia muito bem ser vista, ainda mais quando o céu esta limpo e ensolarado na cidade. Uma nuvem negra chama bem a atenção.

– Estou bem na verdade. – Respondi pronta para uma pergunta. – Como ninguém vem aqui? Quer dizer... O tempo aqui é irregular e daria muito bem para ver da cidade uma tempestade bem em cima desta propriedade . Ninguém vem.. sabe. Tirar as duvidas algo assim?

   Ele parou com seu exercício e se sentou na cadeira vitoriana e me encarou. Ele não tinha nenhum rastro de cansaço ou de suor no corpo. Parecia como se ele tivesse acabado de acordar  e tive dificuldades em desviar o olhar.

– Ninguém percebe por que aqui é amaldiçoado. São enfeitiçados para esquecer certos detalhes comprometedores... – Disse ele para depois mudar de assunto, provavelmente por que ele estava desconfortável na minha presença.

– Está me encarando. – Disse ele. – Só espero que não seja por que me acha estranho ou um tipo de monstro. Se for, não  quero saber.

 Levei um momento para responder algo  para não parecer que eu estava interessada nele.

– Não pensei em nada parecido como isso, nem sequer me lembrava do que aconteceu ontem, só estava encarando por que você não parece cansado ou suado.

  Com isso ele se animou um pouco. Por que ele percebeu que eu estava reparando no seu corpo, coisa que aqui isso era incomum. Não tinha ninguém para dizer a eles o quanto eles eram bonitos e quando tinha, o chamavam de outras coisas, coisas que não eram boas.

– Estava olhando isso?! – Disse ele mais do que surpreso, quase feliz. – Estava reparando em mim, nossa ! – Ele soltou uma baforada de ar aliviado . – Achei que você ia me achar estranho algo assim por que sou a coisa na parede, não que você ia reparar em um detalhe pequeno desses.

  Revirei meus olhos e cruzei os braços, tudo que eu precisava no momento era que ele pensasse que eu ia ficar olhando sempre assim.

– É . Eu causo essa surpresa nas pessoas. Elas pensam que vou fazer uma coisa e faço outra . – Falei. – Acho que ser diferente me faz fazer parte da família então.

– É . – Disse concordando. – Ele disse mesmo que você parecia única , diferente. – Ele parou para olhar minha reação para depois continuar. – É um elogio , claro. – Disse num aceno.

   Ele não por que eu estava com os olhos levemente arregalados . Não era por que não achei que fosse um elogio, ser diferente é algo especial, único, mas o que me tinha surpreendido foi que Dimitri tinha falado para ele que ele me achava única, diferente . E isso de um cara que viveu muito , conheceu e passou por muita coisa  , isso era realmente outro nível. Eu quase podia sair pela chuva cantarolando me achando A DIVA.

– Falando no Dimitri onde ele está ? – Perguntei . Ele apontou para porta e me respondeu.

– Ele está lá fora, nos fundos da propriedade , bem depois do cemitério tem um pasto enorme onde os cavalos ficam soltos. Dimitri os coloca para dar uma volta quando o tempo está úmido , assim os cavalos podem comer ao ar livre e esticar as pernas e Dimitri se acalma quando está com animais.

  Eu me virei automaticamente indo para a porta , mas antes de partir eu tive que dizer algo para Alexander.

– Obrigada por tudo. E... aquele negocio de parede é legal, parece divertido.

Ele franziu o cenho como se perguntasse se eu estava louca ou se tinha bebido.

– É como se você um espião ou ninja, algo assim, todo mundo alguma vez na vida já quis ser assim e você é . E diferente e isso é bom. Ser normal é chato.

– Me de um exemplo. – Disse ele quase como se estivesse me desafiando e eu aceitei o desafio.

– Numa luta por exemplo. Você pode se defender e sair ileso, sem nenhum arranhão, mas um humano comum... provavelmente morreria numa poça do seu próprio sangue e acredite. Isso não é nada divertido. E vocês são fortes, experientes e sabem usar o que vocês tem. Se eu tivesse algo com um de vocês eu ia me sentir um máximo . Já é difícil arrumar um namorado decente e bonito, imagine ter tudo isso e com um bônus de super poderes ! E esse negocio de super força é bem sexy. – Disse eu entusiasmada vendo cada reação dele . Era como se ele fosse o próprio sol agora, brilhando com esperança que isso fosse mais um presente do que uma maldição.

– Você acha? – Ele perguntou se inclinando para frente da cadeira. Como se fosse uma criança pidonha . Eu quase podia ver seus olhos cinzas brilhando.

– Sim . Muito sexy. Eu adoraria ser a dama em perigo desde que um de vocês me ajudasse .

   Com isso eu sai da casa e fui atrás de Dimitri com o sentimento que Alexander ia passar o resto do dia imaginando ser um super herói que resgata moças indefesas e ganha um bônus por isso. Minha única recompensa de tudo isso era que pelo menos um dos três estava feliz no momento. Tudo que eu tinha que fazer agora era fazer com que Dimitri ficasse o dobro de feliz que Alexander estava agora.

    Dimitri estava fazendo carinho num cavalo ao longe. Estava a metros de distancia de mim, mas isso não o impediu de me ouvir chegando daquela distancia, pois eu consegui ver seu rosto virando em minha direção no momento em que consegui avista-lo . Eu sorri e acenei para ele. Eu nem sequer sabia muito por que eu estava com tanta vontade de sorrir, mas assim que vi seu rosto.. o meu ficou bobo daquele jeito.

      Ele largou o cavalo, pulou a cerca e correu em minha direção. Ele Corria tão rápido e de um jeito tão predatório que pensei que deveria correr na direção oposta e fugir dele, por que provavelmente ele fosse se transformar na besta demoníaca bem na minha frente , mas me contive. Eu não queria desapontá-lo, ainda mais hoje que eu estava tão criativa e estava deixando os outros felizes. Mas uma hora eu tinha que contar para ele que eu tinha trauma com cachorros grandes. Eu não sabia o por que, podia ter 20 pessoas na rua, mas se o cachorro fosse morder alguém ele ia direto para mim. Isso aconteceu umas três vezes comigo pelo menos. A medida em que ele foi se aproximando sua velocidade começou a diminuir e quando estava perto de mim ele abriu um sorriso surpreso e tirou uma mexa de cabelo que estava sobre seu rosto. O cabelo dele parecia um pouco mais cumprido hoje e fiquei com vontade de passar a mão nele, mas achei que isso não parecia muito correto, ainda mais quando a poucas horas atrás eu estava pronta e nua para qualquer coisa, mas eu só não queria passar a impressão errada.

   – Oi. – disse ele sem nenhum pingo de cansaço. Santo deus ! Eu era capitã do time feminino de futebol e sabia que se eu corresse nessa velocidade nessa distancia eu teria um ataque do coração, mas os Wolf não sofriam desse mal. E não consegui tirar da minha cabeça a ideia do que aconteceria se eu tivesse me entregado a ele. Ele não ia ficar cansado com certeza, mas e eu? Há não ser que eu criasse poderes nessa maldição eu não estava vendo  muito futuro para mim. Já era difícil segurar um homem normal, agora... um homem com força sobrenatural que dificilmente se cansa... Mexi a cabeça para tirar esses pensamentos e sorri de volta para ele.

– Bom dia para você . – Disse para ele e vi que ele estava um pouco sem jeito e não sabia se estendia sua mão para mim ou se colocava as mãos em seus bolsos. Então eu segurei suas mãos nas minhas  e ele me encarou surpreso, mas não tirou minha mão.

– Estava procurando você ai seu irmão me contou onde te encontrar. – Agora ele estava mais surpreso ainda.

Ele arqueou uma sobrancelha duvidando de minhas palavras.

– Ele é legal quando não fala bobagens . E... – Disse me preparando para dizer e tentar não ficar vermelha. – E ele esta todo feliz por que deixei escapar que acho sexy essa coisa de ter super força.

   Dimitri parecia que não estava ouvindo direito então eu repeti. E eu não deixei escapar nada, na verdade eu tinha dito propositalmente achando que ele ia ficar feliz, mas me enganei. Ele não parecia feliz , mas sim um pouco bravo, felizmente ele não brigou comigo. Apenas me olhou e me pediu para explicar isso direito. Ai eu disse que era legal eles serem assim de certo modo por que eles podiam proteger  alguém que eles gostavam ou a eles mesmos num caso de perigo e que se eles fossem normais seriam feridos ou mortos. E que eu achava sexy isso.

   Ele não parecia ter pensado por esse ângulo e me senti satisfeita com isso. Provavelmente ele tinha pensado em tantas  fúteis como pegar mulher nessa condição e em como isso não estava dando certo que nem sequer pensou no lado bom da coisa .

– Você não tinha pensado por esse ângulo não é? – Ele pareceu um pouco envergonhado. Eu levantei minhas mãos aos céus. – Homens ! Só vocês mesmo.

    Ele riu um pouco se sentindo aliviado.

– Nunca me senti num real perigo para me defender então nunca cheguei a pensar nisso. E não me olhe assim – Disse ele levando umas das minhas mãos para seu rosto para começar a dar pequenos beijos em meus dedos. Meu coração disparou e pensei se ele conseguia ouvir meu coração saltando do peito.

– Olhar como? – Perguntei olhando para seus lábios . Ele não tinha ideia de como a imagem dele estava sexy. Ele alto e com o cabelo um pouco selvagem e aquela carinha de vou te seduzir, todo carinhoso.

Ele olhou para mim para ver minha reação.

– Como se eu só pensasse em outras coisas... – Disse beijando minha palma e dando uma mordidinha depois. Oh Deus... – Eu só não queria passar por tudo isso sozinho e receber aqueles olhares de medo, mas você não tem medo. Tem? – Perguntou mesmo sabendo a resposta. Eu estava sentindo muita coisa menos medo.

– Não. Medo não. – Respondi.
Ele pareceu satisfeito e feliz. Dimitri soltou minha mão e chegou perto do meu corpo. Eu não queria que ele percebesse que o seu cheiro e a sua presença me deixava com as pernas gelatinosas então tentei disfarçar ao máximo . Ele era uma cabeça mais alto que eu e tinha ombros largos e mãos grandes com dedos longos e ágeis. Era difícil não reparar quando ele tinha acabado de segurar minha mão e beijado meus dedos...

    Seu rosto se aproximou do meu e ele olhou diretamente em meus olhos me hipnotizando . E não consegui desviar o olhar. Eu estava com a boca seca.

– O que você sente? Só me diga para que eu saiba o que fazer.

Eu não respondi de imediato. Somente passei uma mão sobre seus cabelos sentindo a sensação boa enquanto os fios se deslizavam entre meus dedos e me aproximei dele erguendo meus pés para ficar um pouco mais alta. Isso nunca tinha me acontecido antes. Nunca me senti tão baixa e sem saber o que fazer quanto agora, quando eu estava com ele . E eu estava gostando .

– Isso é... bem sexy. Sem duvidas . – Disse eu.

    Ele estava segurando um sorriso e eu o beijei antes que ele terminasse . Oh sim, eu tinha razão . Isso era sexy e com certeza diferente.

   Dimitri perdeu um pouco a pose de só-faço se-você-quiser e começou a esquentar as coisas, indo com mais força, mais fome e desejo. Sim. Tinha muito disso naquele beijo e tive sorte dele estar me segurando por que minhas pernas não o fariam . Eu tive que buscar o ar algumas vezes enquanto eu mordia o lábio dele , pois era o único jeito de conseguir oxigênio ali .  E ele sempre me puxava para ele como se não tivesse o suficiente de mim e se isso continuasse acabaríamos fazendo algo ali mesmo. Ele deve ter percebido isso por que começou a pegar mais leve, sendo mais carinhoso e menos possessivo.

  Meu rosto estava quente. Tudo estava quente na verdade, mas meu rosto era o que estava mais obvio.

– Desculpe, tenho dificuldade com controle.

  Eu quase ri com isso, mas ainda estava tentando recuperar o folego discretamente.

– Seu controle é melhor que o meu, acredite. – O que eu tinha dito era verdade, se ele continuasse eu teria feito ali mesmo e ficaria pensando nisso por um bom tempo e eu quase não o conhecia direito.

– Dimitri? O que é o “ A” da lapide que encontrei. – Perguntei lembrando daquele dia. Não conseguia lembrar se já tinha perguntado isso a ele.

– Dimitri Alexander Wolf. – Respondeu . –Meus pais pensavam que só teriam a mim como filho , mas depois de dois anos minha mãe ficou gravida e já tinha me posto seus nomes preferidos.

   Fiquei pensando em como era engraçado aquela situação onde nós tínhamos acabado de nós agarrar e acabar puxando assunto para ver se conseguíamos adiar o inadiável. Eu queria tentar adiar e esperar um pouco , mas minha opinião mudava quando ele estava perto. Era quase como um feitiço.

– Ah, sou Destiny Dlakhos. – Dimitri parecia querer perguntar se era esse mesmo o meu nome e infelizmente era. Não sei de onde veio ou de onde minha família tirou, mais era esse Dlakhos.

– Dlakhos? – Perguntou surpreso e confirmei.

– Sei que é feio, mas é. – Ele balançou a cabeça em discordância .

– Acho que já ouvi falar, mas não lembro onde ou quando... – Disse ele tentando se lembrar.  Dava para perceber que ele estava se concentrando em lembrar e sem muito sucesso.

– Deve ter ouvido na cidade, minha família é velha por aqui. – Ele concordou e me pegou pela mão.

– Deve ser isso. – Disse me puxando contra ele e agarrando minha cintura e voltamos assim para sua casa.


                                                       ******


   Dlakhos. Desde que Destiny e eu tínhamos voltado para casa esse nome não me saia da cabeça e ainda assim eu não conseguia me lembrar de sua origem, tudo era muito nebuloso. Era algo importante, eu podia sentir.

     Nós fizemos o almoço e dessa vez Alexander e eu tivemos uma boa companhia para isso e acabamos fazendo mais que o suficiente para hoje. Eu não queria admitir , mas aquilo era especial, diferente, era como se nos conhecêssemos a anos. Tudo era fácil, normal, levando em consideração nossa situação. Destiny fazia questão de deixar as coisas mais fáceis o possível para nós. Dava para perceber que ela se esforçava para isso, para que não nos sentíssemos menos do que éramos.

– Me passa a pimenta. – Disse ela enquanto eu pegava e colocava em sua mão para ela colocar um pouco na passa de tomate.

     Os olhos do meu irmão brilhavam enquanto olhava para ela, mas não era algo como desejo ou posse . Ele olhava para ela com admiração e diversão  . Ele parecia feliz, algo que não consegui fazer em mais de 100 anos. E isso me deixava um pouco culpado. Eu era o mais velho, meu dever era tornar as coisas mais fáceis para ele , mas tudo que fiz foi amaldiçoa-lo junto comigo .

– Então. Me fale um pouco sobre as mulheres de hoje. – Disse Alexander. Destiny colocou um pouco de massa na palma da mão e experimentou. Depois ela disse algo como “ Vocês estão  prontos para casar caras” e Alexander ruborizou um pouco.

– Tivemos que nos virar depois dessa coisa de maldição.
  Destiny desviou o assunto e começou a tagarelar , o que me deixou feliz.

– Nós votamos, sabemos ler , escrever e podemos trabalhar onde quisermos e até mesmos podemos ser politicas . – Alexander riu um pouco contrariando as palavras dela.

– Não consigo imaginar uma mulher mexendo com politica . – Eu também não, pensei, mas fiquei quieto para não parecer tão velho a ponto de ser preconceituoso. Mulheres não gostam de ser contrariadas, além disso.

– Yeah. E não precisamos estar casadas para fazer sexo e se fizermos sexo, sem importar a idade, não parecemos prostitutas. – Com essas palavras eu quase me engasguei com o vinho. Como assim não precisa se casar ? E se nós fizermos, quer dizer que ela não é realmente minha? Que ela pode fazer as coisas e dar o fora? Eu quase entrei em pânico .

– No meu tempo, moças decentes se casavam primeiro. – Disse eu em minha defesa . E Destiny pareceu um pouco ofendida o que deixou meus nervos a flor da pele. Ela tinha feito? Era isso?

   Alexander me deu uma cotovelada para que eu calasse minha boca antes que a situação ficasse pior.

– Ele é das antigas, não o culpe. – Disse meu irmão e ela revirou os olhos.

– Não sejam hipócritas . Vocês sempre se aproveitaram das não virgens, então não me venham com essa . – Ai ela olhou para mim com a colher de pau na mão e pensei que ela poderia me bater com aquilo, não que fosse machucar, mas a imagem era um pouco desconfortável, mulheres eram para ser educadas e delicadas e não violentas. – Você não reclamou enquanto estava rasgando meu vestido. – Disse ela um pouco brava e com os olhos felinos, eu queria dizer que ela ficava sexy daquele jeito, e eu queria que ela rasgasse minhas roupas de raiva, mas isso não ia acontecer tão cedo, ainda mais com meu irmão ao nosso lado e por que abri minha boca grande.
   
Ela estava brava por que a tratei como uma qualquer e ainda tinha insinuado que ela não era decente , sem sequer perceber.

– Eu não quis dizer que você era uma dessas . – Disse tentando concertar minha besteira . – Só acho que uma mulher tem que ficar com um só homem.

– Mas no seu tempo as mulheres pensavam assim. Só que depois eles as deixavam e elas eram vistas como prostitutas . Eu sei disso. Uma colega de escola namorou um cara por dois anos e quando ela finalmente deu a ele o que ele queria, ele deu um pé na bunda dela. É muito difícil alguém ficar com uma pessoa só, ainda mais agora que mulheres podem muito bem se virar sozinhas sem a ajuda de um homem.

  Ela estava mais do que brava e queria que deus me desse uma ajuda para desviar um pouco do assunto de virgindade.

– E eu sou virgem para você saber . – Disse ela e estava certo como o inferno de que ela não me deixaria mais rasgar nenhuma roupa dela. Uma por que a chamei de fácil e outra por que a tratei como uma , mas eu sabia exatamente como ia concertar isso.


                                                           ****


Dimitri tinha dito na minha cara que mulheres decentes se casam antes de perder a virgindade e ele sabia que eu poderia ter me entregado facilmente a ele. E depois de perceber a burrada ele tentou concertar , afinal, ele tinha acabado de perder as chances de ficar a sós comigo. Eu estava me sentindo tão fácil que quis que os vestidos dali me cobrissem até o pescoço á ponta dos pés.

   Alexander estava um pouco perdido e a comida estava terminada. Nós comemos num silencio profundo até Dimitri começar a falar.

– Eu sei como concertar isso. – Ele começou e todos olhamos para ele. – Você Destiny  e eu, vamos nos casar!


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