

22 Capitulo
Eu estava sentindo algo estranho, um pressentimento ruim. Uma urgência, como se eu tivesse que fazer algo rápido, mas não sabia o que era exatamente.
Eu estava sentindo algo estranho, um pressentimento ruim. Uma urgência, como se eu tivesse que fazer algo rápido, mas não sabia o que era exatamente.
Foi quando pude jurar que tinha ouvido a
voz de meu pai gritando meu nome ao longe, ao vento, igual como os pais fazem
quando estão putos da vida e não sabem onde estamos, mas tinha a impressão que
aquilo grito tinha vindo de minha mente e não do lado de fora, nas redondezas
da mansão Wolf.
Fiquei quieta para ver se ouvia alguma
coisa novamente, mas através da minha nova, super audição, só pude ouvir o som
da brisa, dos galhos das arvores e da água , vinda do lago da mansão e as
conversar que vinham de dentro da casa. Todos estavam muito alvoroçados.
Dimitri e eu saímos do quarto e Alexander
movimentou seus lábios em nossa frente, sem fazer nenhum som humanamente audível,
mas afinal de contas, éramos agora uma família com um casal realmente demoníaco
dentro dela, então, ouvimos cada palavra perfeitamente. Não que ele soubesse
que eu podia.
─ Vocês são
barulhentos cara. ─ Disse ele esboçando um sorriso travesso ao seu irmão e me
dando uma piscadela que me fez enrubescer.
Tentei não demonstrar minha vergonha, então
tentei desviar um pouco do assunto. Olhei para Dimitri serio e ele entendeu
minha mensagem só de me olhar. Ele fez um sinal positivo com a cabeça.
Alexander me encarou percebendo que estava
perdendo alguma coisa e ficou serio, ergueu suas sobrancelha nos questionando.
Eu dei de
ombros e falei:
─ Estou
amaldiçoada também. ─ Disse como se isso acontecesse todos os dias. ─ Sou uma
besta demoníaca agora. ─ Gesticulei a ele e no começo ele não acreditou, depois
de alguns segundos a ficha caiu e ele pareceu se sentir culpado.
Alexander me abraçou e sussurrou um “sinto
muito” em meu ouvido, antes de Dimitri nos separar e a cabeça da mãe de Dimitri
aparecer no corredor.
─ Ai está você
! ─ Disse ela apressada agarrando em meu braço. ─ Tenho que conhecer minha
nora, já que meu filho não esperou a presença de sua mãe para se casar. ─ Disse
ela parecendo indignada e dando um olhar reprovador para Dimitri.
Alexander
cutucou seu irmão e sorriu e Dimitri limpou sua garganta antes de devolver a
ele um olhar de mal humorado. Dimitri olhou para sua mãe e respondeu:
─ Você era
uma estatua de mármore. Não tinha ideia de quanto tempo você permaneceria
assim. E você sabe... eu odeio esperar. ─ Sua mãe revirou os olhos e bateu o
salto de sua bota no chão.
Embora ela fosse adulta e mãe de dois
marmanjos, ela tinha traços jovens , um corpo esbelto e muito bonito. Cabelos
loiros e olhos verdes como Alexander. Sua pele era incrivelmente branca e
chegava até dar um pouco de inveja. Ela aparentava ter no máximo uns 35 anos.
Se alguém a visse na companhia de Alexander, qualquer um poderia imaginar que
se tratavam de irmãos.
Ela apontou o dedo e fez uma carranca para
seus filhos.
─ Isso! Dê
desculpas esfarrapadas para sua mãe . ─ Ela disse e eles reviraram os olhos. Eu
disfarcei meu sorriso. A cena não era mais do que divertida, vendo dois caras
enormes sendo reprendidos por sua mãe que tinha metade de seus tamanhos. Até eu
era maior que ela.
A mãe dele me puxou pelo braço para dentro de
um escritório pequeno do qual eu nunca tinha entrado, por falta total de
interesse e fechou a porta, nos trancando lá antes mesmo que eles tivessem
chance de nos seguir. Só depois que estava dentro que percebi que o pai deles, também
se encontrava lá.
O pai de
Dimitri era exatamente uma versão dele mais velho, mas também, mais intimidador
e menos acolhedor. O pai de Dimitri tinha o ego de um rei.
Os dois se sentaram em duas cadeiras vitorianas
atrás de uma mesa , que se localizava em frente a janela coberta com cortinas
brancas e me sentei em frente a eles, como se estivesse em uma entrevista de
emprego. Eu nunca tinha ido em uma, mas tinha ouvido que não era agradável e
muitas vezes, eles faziam pegadinhas, fazendo perguntas que sabem que você não
pode responder.
Eu estava nervosa e faminta, isso já era o
suficiente para sentir o desconforto de minha parte demoníaca, embora eu não
tenha me transformado completamente, pelo pouco que tinha experimentado a pouca
horas atrás... eu já sabia o que poderia aguardar futuramente.
O pai deles limpou a garganta e inclinou sua
cabeça a sua frente enquanto segurava a
mão de sua mulher. Dava para ver que ele tinha muito carinho por ela.
─ Me desculpe
por aquele dia. ─ Disse se alinhando na cadeira e voltando a sua pose. ─ Eu
tinha visto Melina muitas vezes naquele dia e queria alertar meus filhos. Quando
tive a oportunidade, só consegui pronunciar “ bruxa”.
Embora aquilo
fosse um alivio, ele não sabia o quanto estava certo.
─ Está tudo
bem. ─ Respondi entrelaçando meus dedos. Uma característica irritante de minha
parte quando estava nervosa.
Embora os pais deles não aparentasse saber da
verdade. Que além de bruxa, eu era nada mais e nada menos, que uma parente
distante de Melina. Decidi não arriscar e acabar contando isso a eles, se
dependesse de mim. Eles nunca chegariam a saber. Isso também me levaria muito
tempo para explicar e eu podia sentir o tempo escorrendo por entre meus dedos,
como se fossem grãos de areia.
A mãe deles sorriu e olhou para seu marido
com ternura e depois para mim, só que de um jeito desconfiado.
Sogras....
─ Sou
Tatiana, Mãe de Dimitri e Alexander. ─ Disse se apresentando, em seguida ela
ergueu sua mão e colocou no ombro de seu marido, o mesmo segurou sua mão que
ainda estava em seu ombro e sorriu educadamente.
─ Esse é meu
marido Alejandro Wolf.
Meu estomago
se revirou e sentia vontade de sair daquele lugar. Eu nunca me senti daquele
jeito. Angustiada e ansiosa, me sentia mal e isso piorava quando pensava em
como ia me apresentar. Se eu dissesse meu sobrenome de solteira, talvez eles
ligassem os pontos e descobririam que sou parente de Melina. Então , tentei
resolver isso do modo mis fácil e rapidamente
o possível.
─ Sou Destiny
Wolf. ─ Disse finamente. ─ Esposa de Dimitri Alexander Wolf.
Eles pareceram satisfeitos por eu ter usado o
nome Wolf com tanto orgulho e iniciaram o interrogatório, com varias perguntas difíceis
de responder, isso por que elas precisavam de informações demais para
responde-las e também queria palpa-los de certos detalhes. Mas depois percebi
que eles eram espertos e calculistas. Eles sabiam exatamente que tipo de
pergunta e como faze-las. Ambos pareciam estar com suas mentes interligadas.
Fui obrigada a contar sobre o que os garotos
passaram com a maldição e como tentaram resolver. Tive que contar sobre as
moças que Dimitri mantinha desesperadamente, na esperança que uma delas se
apaixonasse por ele e quebrasse a maldição.
Eles pareceram chocados e sentidos pelo seu
filho ter sofrido tanto.
Contei que
tinha invadido a mansão, pois minha amiga estava desaparecida e eu tinha
descoberto onde ela se encontrava antes que a maldição exercesse seu poder e me
fizesse esquece-la. Acebei libertando as moças e minha amiga, prometendo ficar
com Dimitri por livre e espontânea vontade , me incluindo na maldição
instantaneamente. Me fazendo prisioneira da maldição sem chance de escapar,
diferente das outras moças que viviam trancadas exatamente por isso.
─ Bem...─ Ela
começou se fixando em mim. ─ A maldição está terminando, não? ─ Disse ela. ─
Como posso saber se você não vai deixar meu filho? ─ Perguntou tratando logo de
saber o futuro de seu querido filho, mesmo tendo noção que seu filho tinha sido
amaldiçoado por ser um Dom Juan de quinta, e ainda por cima, passou todas suas
noites desde que tinha aprendido a usar seu pinto, em bordeis .
Mas mãe , é mãe.
─ Eu amo o
filho de vocês . ─ respondi , mesmo tendo chances de Dimitri só ficar comigo até
a maldição terminar de verdade, pois dai ele voltaria a ser normal e ter
completo controle sobre suas ações. E logicamente que quando Dimitri dessa a
cara na cidade, todas as piriguetes tentariam alguma coisa com ele.
Eu em forma
bestial então... não teria controle sobre minhas ações.
Tatiana
parecia feliz com a resposta, assim como seu marido. Consegui ouvir os
movimentos de Dimitri lá fora, ele tinha ouvido tudo e parecia nervoso com cada
resposta que eu dava, mas pelo menos parecia feliz. Depois disso, Alejandro me
fez a famosa pergunta.
─ Como você
conseguiu desfazer a maldição?
Respirei fundo novamente e tentei arranjar
uma resposta que fosse verdade, mas não completamente.
─ Melina
tinha dito que, Um coração puro e um amor verdadeiro pode desfazer a maldição. ─
respondi sem dar mais detalhes e eles mudaram de assunto rapidamente, já que
estavam mais do que satisfeitos de ficarem a par de tudo.
Ela começou perguntando quanto tempo eles
tinham ficado de fora de tudo e chutei uns 150 anos, mas isso só Alexander e
Dimitri podiam responder com precisão. Me perguntou sobre o tempo atual e
comecei por roupas, direitos das mulheres, empregos, empreendimentos e quando
fui ver, já estava ficando rouca de tanto falar, isso por que eu nem tinha
terminado de falar sobre as tecnologias, que são o assunto que mais gosto
depois de livros.
Tatiana me pareceu interessadas quando falei
das roupas e de como agora elas são mais leves e uteis para o dia-a-dia e ainda
por cima podem ser sexys e atraentes sem ser vulgar, claro. O pai de Dimitri não
gostou da ideia, então peguei Tatiana pela mão e a puxei para fora do escritório.
─ Seu
marido nunca mais vai reclamar na sua frente sogrinha. ─ Disse a ela com um
sorriso. ─ Vou te mostrar alguns truques.
Entramos no quarto rapidamente e fechei a
porta na cara do meu sogro antes que ele tivesse a chance de entrar e de
estragar nosso momento de descontração.
Peguei uma muda de roupas e separei uma calça
justa para ela, roupas intimas , delicadas de renda e seda preta, e uma
blusinha com decote discreto. Ela ficou com vergonha no começo, mas depois que
se viu no espelho seus olhos brilharam.
─ Eu me sinto
quase nua! ─ Disse ela, mas não estava reprovando, ela parecia feliz. ─ Tão
leve e fresco sem aquelas camadas de pano e aquele espartilho espremendo meus
seios.
Quando ela terminou eu abri a porta e disse
surpresa. Todos ficaram de bocas abertas e Dimitri parecia tão chocado quanto
seu pai, que parecia estar a ponto de me chutar dali.
Eu olhei para
minha sogra que estava apreensiva com a cara de seu marido , então tentei
acalma-la.
─ Se ele reclamar,
mostre a ele suas roupas intimas. ─ Disse com umas piscadela. ─ Diga que é só
para os olhos dele.
Depois disso eu puxei meu sogro para dentro e
fechei a porta, os deixando sozinhos.
Ficamos ouvindo o pai de Dimitri e Alexander
resmungar e a esposa dele dizendo o quanto aquelas roupas eram confortáveis. Depois
que ele tentou argumentar se aquilo era certo, ouvimos o som de roupas sendo
tiradas e de beijos em seguida. Depois de um gemido, achamos melhor deixa-los
sozinhos e fomos para a sala.
Eu estava feliz, mas aquele sentimento não
tinha me abandonado.
Dimitri me
abraçou e me olhou, assim como Alexander.
─ Parece
nervosa? ─ Meu marido perguntou e Alexander me encarou.
─ Seus olhos
estão vermelhos também.
Tentei me acalmar para ver se aquilo passava
então tentei mudar de assunto.
─ Acho que
seu pai gostou da roupa que separei para a mãe de vocês. ─ Comecei e Alexander
sorriu para seu irmão.
─ Talvez
disso nasça um novo Wolf. ─ Disse ele rindo e Dimitri revirou os olhos.
─ Ou uma irmãzinha
Wolf. ─ Meu marido começou entrando na brincadeira.
─ Já é difícil
lidar com os homens Wolf, imagina uma mulher. ─ Disse e eles riram . Mas não durou muito. Nossos sorrisos escaparam
de nossos rostos assim que ouvimos o som de uma espingarda ao longe e uma voz
masculina gritando:
─ Destiny!
Aqui.. é seu pai. ─ Uma voz conhecida e determinada disse.
Alexander e
Dimitri me encararam perplexos.
─ Não era
para ele... ─ Dimitri começou e eu respondi.
─ A maldição
enfraqueceu. ─ Respondi. ─ Se ele se lembra...
Alexander
terminou por mim.
─ O resto da
cidade também.
Nós espiamos
pela janela e vimos meu pai tomando a comissão de frente e alguns carros
começando a se juntar atrás do seu.
─ Eles vão
nos matar. ─ Alexander disse se enchendo de medo e sem saber o que fazer. Dimitri
parecia assim também e eu senti um aperto no peito e um desespero, se eu não
fizesse nada... eles iam ser mortos por todos da cidade, incluindo meu pai dando
apoio a cidade.
─ Eu vou
sair. ─ Disse encarando os dois.
─ Você não
vai ! ─ Dimitri gritou segurando meus braços. ─ Não vou deixar você sozinha com
eles.
─ Muito menos
eu. ─ Alexander disse se intrometendo.
Eu me livrei do aperto de Dimitri e os
encarei.
─ Se eu não
for, eles vão por fogo nesse lugar e ninguém vai conseguir escapar.
E quem
conseguir vai levar uma chuva de balas desse povo ai, acredite, eu conheço
eles.
─ É perigoso.
─ Eu sei. ─ Disse com lagrimas se juntando em meus
olhos. Pois o que eu estava prestes a fazer ia me doer o coração.
─ O que você
vai fazer? ─ Perguntou Dimitri, provavelmente já imaginando o que eu ia fazer. ─
Você vai...─ Ele começou mas não conseguiu terminar.
Olhei para Alexander e pude ver um brilho
estranho em seus olhos, ele estava segurando lagrimas também.
─ Você não
pode fazer isso.
Segurei as mãos
de Dimitri e chorei.
─ Me
desculpe, mas eu vou ter que ir. ─ Disse me encaminhando para a porta antes de
Dimitri conseguir me alcançar.
─ Eu te amo. ─
Disse ele quase fazendo minha parte demoníaca despertar. Eu queria
desesperadamente ficar com ele, mas se eu ficasse...ia acontecer uma tragédia do
qual eu não teria controle.
─ Eu também amo
você. ─ Respondi. ─ É por isso que tenho que ir embora.
Me encaminhei para fora e lacrei qualquer um
que estivesse na mansão lá dentro, mesmo que Dimitri ou Alexander tentasse
sair, eles não conseguiriam por nenhuma porta ou janela. E mesmo que houvesse
um lugar aberto, ninguém da cidade poderia enxerga-los lá dentro. Eles estavam
seguros.
Dimitri uivou
de dentro da casa desesperadamente e pude ouvir um rangido vindo de dentro da
casa. Alexander provavelmente estava juntando seus poderes de se fundir a casa,
para tentar escapar, para assim evitar que eu partisse, mas não daria tempo.
Me encaminhei em direção ao meu pai e ele
encarou meus olhos que deveriam estar no momento, vermelhos.
─ Vim te
buscar. ─ Disse ele sem se importar com minha aparência. ─ Vamos nos livrar
dessa casa e você vai ficar bem.
Seus olhos
estavam vidrados e ele me parecia meio paranoico, talvez por descobrir de
repente que sua filha esteve desaparecida por meses e ele só tinha descoberto
esses dias. Meu pai sempre acreditou em coisas sobrenaturais, agora, ele
poderia ter certeza.
─ Eles são
bons. ─ Tentei argumentar , mas ele me agarrou enquanto pedia para um conhecido
acender uma tocha.
─ Você esta
sendo controlada minha filha, quando isso terminar você vai me agradecer.
Antes mesmo
do conhecido terminar de acender a tocha, uma luz vermelha com pontos brancos
de luz já os estava envolvendo como um feitiço.
─ O quê é
isso? ! ─ Alguns deles gritaram e eu respondi me posicionando em frente a eles.
─ Vamos só...
voltar no tempo. ─ respondi dando uma olhada na casa e vendo meus sogros me
olhando com horror aquela cena e Dimitri em sua forma transformada gritando em
minha direção.
─ Vamos
voltar... para o começo de tudo.
E sumimos em
meio a luz, viajando no tempo e voltando para o dia em que Helena se perderia
na mansão dos Wolf.



Desesperada pelo proximo, eu n esperava uma reviravolta dessas!
ResponderExcluir^^ Pois é kkk nem eu mesma tinha imaginado um capitulo desse, ele me veio na hora em que eu estava escrevendo.
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