Encontro com o Slender Man - parte 1





                                             Parte 1





Passagem do diario de Mathew Davis





       15 /10 / 2011

           Meu nome é Mathew Davis e vou contar o que andou acontecendo comigo..acho que vou enlouquecer e quero deixar registrado o que aconteceu na esperança que alguém acredite em mim. Que me ajude....

          Nunca liguei uma merda pra estórias locais e sempre achei isso um cu do povo. Sério.  Teve um tempo em que o povo jurava de pé junto e com a mão na bíblia que viram um ET, lobisomem e a porra que vier a cabeça. Eu podia dizer a alguém que a cabeça da minha namorada se desprendeu do corpo e virou uma cabeça demoníaca flutuante que todos iam se borrar de medo de que o mesmo acontecesse com um de seus conhecidos.

            Que seja! 

          Eu estava a caminho da casa do meu pai.  O general Paul Davis. O cara que nem o diabo desejaria passar o dia, mas como havia terminado a faculdade de pits e não tinha um lugar para ficar por falta de grana e obviamente de emprego,  não tive outra escolha a não ser me encostar as custas dos meus coroas.
         Tinha que seguir as regras do Sr. Davis a risca por que ser filho de general era tão divertido quanto um chute nas bolas.   O dia não estava lá essas coisas.  O tempo estava nublado, frio e com trovoadas ao longe nas montanhas.  A casa era meio isolada, mas graças a isso nunca havia sido assaltada ou sido invadida por vândalos. Claro que eu desconfiava que isso tivesse haver com a habilidade do meu pai com armas do que pela localização da casa.

          O tempo inteiro que dirigi até meu lar -doce -lar tive a mera sensação de estar sendo seguido e observado. Os pelos da minha nuca estavam arrepiados constantemente e um arrepio dos infernos invadia minha espinha a ponto de me fazer estremecer. Mas não dei importância,  por que talvez isso tivesse a ver com a emoção de estar voltando para os braços do meu pai. 

       Já deu para perceber o cara incrível que meu pai é,  não?!  Acho que tenho algum tipo de trauma no meu subconsciente  ou algo do tipo,  mas o velho é legal, tem bom coração.  Ele só não faz questão de mostrar isso com frequência.

         Subi o morro e parei num pequeno celeiro vermelho onde meu irmão mais velho deixava o trator. Ethan também era um pé no traseiro, mas era mais descontraído e conseguia sorrir,  isso já era alguma coisa na família.  Ele era o cara que não nos deixava comer num silêncio mortal e constrangedor. Posso dizer que tinha virado fã de meu irmão embora ele só fosse quatro anos mais velho.
  
            Estacionei o carro em frente ao celeiro e entrei.  A atmosfera estava densa,  pesada e fria, uma promessa de algo horrível que estava prestes a acontecer. O celeiro estava vazio. Havia uns facões,  inchadas e outros matérias que a família usava,  algo realmente horrível de se ver quando você está morrendo de medo.

             - Ethan?  Pai? !!!!  - gritei.

        Algo estava errado.  Era estranho... Mas sentia que algo não se encaixava. Que tinha algo ruim ali comigo. Espreitando em algum canto escuro como uma cobra pronta para dar bote. Não sei de onde tirei certas palavras,  talvez tivesse inspirado ou fosse o calor do momento,  como se minhas palavras tornassem a coisa mais real.  Que desse poder a ela.

        Meu coração saltava do peito e meu sangue corria tão rápido  por minhas veias que pensei que logo estouraria e veria minha morte em meu próprio sangue.

       A porta dos fundos se fechou em minha frente e o arrepio estava ali novamente em minha nuca. Eu queria xingar,  chutar as coisas e ver meu pai aparecer na minha frente e dizer algo como - ' Eu mando você para escola comum e você volta revoltadinho? !  Uns dias no campo de treinamento e você vira um homem de verdade ' - Qualquer merda que meu pai dissesse agora ia me fazer querer beijar a careca do véio. Qualquer coisa era melhor que sentir aquilo.

          - Ethan?  - gritei novamente e tive um deslumbre de alguém usando terno negro e uma cabeça careca. Mas não era meu pai.  Ele não usaria nada mais que não fosse camuflado,  qualquer roupa que não o deixasse confortável para um confronto estava fora de seu guarda roupa.

          Ouvi sons de palha sendo esmagados atrás de mim e quase soltei meu almoço quando uma mão grande e pesada pousou em meu ombro e uma voz calma e forte chegou aos meus ouvidos.

           - Você viu a morte, Matt?  

     Não deu tempo de responder. Antes que ele terminasse a frase eu estava no chão e tudo havia se apagado.


       

 

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