Meu Vizinho Lobo - 15 Capitulo

                     15 Capítulo:
                                                                                    



   Daia socou e agarrou seus travesseiros os colocando em seu rosto para abafar seus gritos de ódio. O tal homem misterioso era nada mais que um dragão agora procurado pela polícia pela desordem causada na cidade. Não que ela se importasse muito, já que pelo que parecia não havia mortos e sim um punhado de gente mortos de medo e putos da vida por terem seu estabelecimento destruído, mas ele testava a paciência que sinceramente ela não tinha.


   Ela tentou entender ou imaginou por que ele agia assim e logicamente se ela fosse um dragão mitológico “fodolento” , ela também iria se comportar daquele jeito. Mas não conseguia entender por que tinha feito papel de trouxa gratuitamente daquele modo, já que pelo visto ele se recuperaria muito bem sozinho sem sua maldita ajuda.

— Ó Deus, eu quero matar esse homem! — Disse para seu teto. E como ela queria. Pensou se lembrando do modo que ele havia rido da cara dela por ela ter tentado salva-lo. Daiane prometeu a si mesma que teria modos e se comportaria como alguém normal. Que quando caísse algo perto de seu prédio e um homem nu aparece por perto, caído, nu e machucado, ela não o socorreria. Ela ligaria para a emergência e trancaria as portas de casa em casa de ser atacada por alguma criatura sobrenatural, e não o convidaria para entrar e deixaria que descansasse em sua cama. Pular na caixa de água do prédio?! Nem pensar. Pelo menos ela prometeu que essa havia sido uma exceção.

Nunca mais.

Ela agarrou suas cobertas e lençóis sujos e os arrancou da cama com violência. O cheiro de animal desconhecido tinha os impregnados e na sua cabeça tentou fazer com que o cheiro parecesse horrível, horrível como as atitudes daquele homem. Onde já se viu rir de sua bondade?! Ainda mais ter estragado seu primeiro dia de folga e ainda por cima ser o causador das suas “Não férias”.

   Ela o odiava e queria faze-lo sofrer a seu modo. Nada muito ruim...e que o fizesse sofrer lentamente, mas isso implicava vê-lo novamente, então tratou de tira-lo de sua cabeça, junto com o sentimento de felicidade por ele estar respirando. Daia colocou suas roupas no banheiro e encarou a lua através de sua janela. Vendo e sentindo as coisas ao seu redor sozinha naquele espaço, chegou até pensar que as coisas ficariam calmas, até ser surpreendida pelas sirenes da polícia e para sua não tão surpresa, eles não estavam sozinhos. Camburões, viaturas e homens armados chegavam cada vez mais e um horror cruzou seu rosto e seu corpo se movimentou rapidamente até chegar à sua porta. Pronta para correr atrás daquele desgraçado novamente para lhe salvar a vida, ela foi surpreendida pelo próprio corpo nu do indivíduo em sua frente.

   Ele entrou novamente em sua casa os fechando lá dentro e tratou de correr para a janela para dar uma checada para ver o quanto estavam ferrados. Não precisava ser esperto para saber o quanto.

— Apague as luzes. — Ele ordenou e ela bufou de ódio.

— Quem você pensa que é? O dono da casa? — Retrucou a ele. E o tal tratou de responder a altura.

— Sou um maldito dragão mitológico que você não quer que se transforme nesse seu apartamentinho.

  Ela fez o que ele havia pedido, em seguida atirou em suas costas uma de suas almofadas. Ele nem sequer se incomodou com suas atitudes e ela preferiu deitar no breu de seu quarto. Para sua infelicidade, ela a seguiu e ficou parado em frente a sua cama.

— Estou cansada. O que você vai fazer agora, me comer e cuspir meus ossos para os policiais como demonstração de guerra?!

  Ela só conseguia enxergar um vulto nu em meio ao escuro com olhos brilhantes.

— Você não parece boa de se comer. Mais que certo, eu teria uma congestão. — Ele retrucou e parecia que ele sempre teria a resposta na ponta da língua.  Ela deixou-se se render e deitou sua cabeça se apoiando em seu braço.

— Foda-se.

  Ele parecia se divertir com aquilo, muito mais que ela gostaria.

— Eu preciso de óculos escuros. — Não soava como uma pergunta. Estava mais para ordem. EU PRECISO... — Tenho olhos sensíveis a luz, preciso dos óculos.

Sem saber o porquê da explicação, ela apontou para seu guarda roupa e ele foi procurar seu objeto de desejo. Pelos sons de cabides caindo, ela não queria imaginar a bagunça e suas blusas passadas no chão. Seria uma coisa a mais para arrumar amanhã.

— Pensei que enxergava no escuro. — Disse ela, mas não como um modo mal-educado, estava mais para uma observação.

— Eu enxergo. — Respondeu. — Mas faz quanto tempo em que você não organiza isso aqui? — Perguntou ele incrédulo.

Ela não tinha culpa se o trabalho e os afazeres do dia-a-dia atrapalhavam sua rotina de limpar a casa. Ela fazia o que podia e nem sequer gostava de fazê-lo.
Fora que eles pareciam que eram casados e isso era estranho.

— Não gosto de ficar arrumando as coisas. Trabalho o ano todo como uma louca, só queria aproveitar minhas férias. — Disse ela. De preferência, fazendo nada. Nem salvando o traseiro de ninguém.

  Eles ficaram um tempo mergulhados no silencio. Prestando atenção no movimento lá fora. Ouvindo as conversas, os passos, e coletando qualquer informação disponível que pudesse vir a calhar.

Mais algo se sobressaiu e Daia tratou de ouvir cada palavra.

— Sim Senhor. — Disse uma voz grave. — Quebrou a caixa da água do prédio senhor. Asas enormes, deve ser nossa COISA. Esse é dos grandes. Faremos o NECESSARIO.

Isso não era bom. Quando um policial dizia aquilo podia ter certeza que ia dar merda para a outra pessoa.

— Você quebrou a caixa da água seu IDIOTA! — Disse jogando seu travesseiro nele e ele se protegeu com um tapa de mão, fazendo seu travesseiro parar do outro lado do cômodo.

— Precisava da água e não consegui controlar meu tamanho como pensei que faria.

Os policias seguiram revistando apartamento por apartamento. Pedindo para os donos ou para o porteiro abrir a porta caso a pessoa de dentro não respondesse, ou caso não houvesse pessoa lá. Eles queriam ter certeza. Quando bateram em sua porta, pensou que ia enfartar.

— Senhorita. Temos um mandato. Aqui é da polícia, abra a porta! — Ele gritou lá de fora. O mesmo policial que eles haviam ouvido alguns minutos atrás. O que está preparado e que faria “O NECESSARIO”.

— Um. Minuto.

Nesse momento ele já estava posicionado ao lado dela e isso a fez pensar se ele a usaria de escudo humano ou algo do tipo. Ela estava se levantando da cama, quando o homem agarrou seu braço a impedindo de seguir em frente.

— Fique comigo. — Pediu ele. — Preciso pensar em alguma coisa.

  Ela podia ver o brilho sobrenatural de seus olhos através das lentes, um amarelo esverdeado a encarava.

— Não temos tempo. Não seja idiota. — Mas mesmo assim ele a segurou e ela ouviu o policial gritar para o porteiro.

— Pode abrir! ESTAMOS INVADINDO!

— ESPERA! — Gritou ela de volta, mas eles já estavam fazendo seu caminho. E antes que ela pudesse piscar o homem misterioso e sobrenatural pulou sobre ela e rasgou suas roupas num segundo, apenas a deixando com suas roupas intimas e se deitou sobre ela.

Quando eles invadiram seu apartamento e acenderam as luzes deram de cara, ao que parecia, com um casal dando uns amassos e nas preliminares.

  O homem misterioso se ajeitou e cobriu o corpo dela com um edredom, enquanto exibia toda sua nudez aos policias, que ficaram envergonhados com a cena e ele estava sem os óculos.

— Não deu tempo de nos vestir, desculpe. Vocês são...rápidos. — Disse ele como se tudo aquilo fosse normal. Santo Deus! Ele nem sequer ficava vermelho para mentir!
Com o rosto em chamas de vergonha ela levou as mãos a boca de horror.

— Me desculpem, por favor. Só preciso... — Disse se ajeitando na cama tentando ver aonde estavam suas roupas ou o que sobraram delas. — Só preciso de um minuto.

O policial a impediu sinalizando com sua mão.

—  Tudo bem, não precisa.

Ele pegou seu aparelho e disse um “tudo ok” para sei lá quem e todos saíram do apartamento envergonhados e quando fecharam a porta o homem correu novamente para seus óculos, mas antes de pôr, ela viu. Olhos verdes claros perfeitos.

Embora a cena tivesse sido constrangedora, ela pode realmente ver que ele era incrivelmente bonito. Não só o corpo, mas o que havia a pego de jeito foram seus olhos. Um verde puro e limpo como a natureza.

  Ela ficou lá parada pensando no que diria, mas nada saia da sua boca. Foi ele quem quebrou o silencio.

— Foi a única ideia que me passou pela cabeça... e já que eu estava sem roupas... — Esperto. — Ela respondeu antes que ele terminasse. Embora fosse incrível que ele tivesse andado pelado por aí e ninguém tivesse reclamado ou pensasse que algo estava estranho. Não que alguém fosse reclamar de um cara alto, incrivelmente bonito, andando pelado pelo prédio. As coroas teriam amado e pedido bis.

    Ele andou até ela , pegou sua mão e acariciou o topo da sua cabeça como se ela tivesse sido um bom cachorrinho.

— Obrigado, eu não faria mal a você. Desculpe se a assustei.

 Daia tentou fingir que não estava chocada com a mudança de atitude, mas ela agradeceu pela educação.

— Não esquenta.

— Sou Lucas.

— Daia.

Eles deram as mãos e ela pode sentir algo quente passando por entre suas mãos e entrando em seu corpo. Algo poderoso. Mas ela imaginou que talvez fosse normal já que ele era sobrenatural e estava agradecido, talvez fosse boa coisa.

— Prazer. — Disse ele. — Daia.. — Ele começou e ela gostou do jeito em que ele havia pronunciado seu nome. — Preciso de mais uma coisa.

— O que quiser. — Respondeu e conseguiu um sorriso de matar.

— Você tem um telefone? Preciso ligar para alguém. Eles devem estar preocupados.

                                                             ******

Depois do ataque de choro de Mila, ela tratou de saber o que havia acontecido e se alguém havia sido morto pela brincadeira de seus pais, Se algo houvesse acontecido com alguém que Lucius gostava, ela não conseguiria se perdoar.

 — Desculpe. — Ela começou. — Eu precisava disso.

Lucius acariciou suas costas acalmando seus nervos.

— Alguém se machucou Lucius. — Ele limpou a garganta e começou a explicar.

— Lucas desapareceu, mas de resto ninguém se feriu fora alguns humanos armados e desconhecidos.

 Um nó se formou em sua garganta. Lucas havia sido legal, educado e muito carinhoso com ela desde que ela havia sido trazida para o complexo. Se ela tivesse tido um irmão mais velho, gostaria que tivesse sido como ele. E agora ele estava desaparecido provavelmente por sua culpa.

— Como vocês me encontram? — Perguntou e Lucius limpou a garganta.

— Não consegui sair da jaula e Lucas quebrou todas nos libertando. Seguimos seu rastro e ele nos protegeu de qualquer coisa que pudesse estar em nosso caminho. Ele fez chover para que a chuva cobrisse nossos rastros e cheiro, mas exatamente por isso, não conseguimos fareja-lo .

Ela se sentia mal por isso e Lucius sabia. Quando estava pronta para se desculpar novamente um telefone começou a tocar e Lucius esticou a mão para atender.
Dava para ouvir a voz de Lucas soando como se estivesse falando em seus próprios ouvidos.

— Preciso que venham me buscar e tragam roupas. Vou mandar o endereço por mensagem.

O rosto de Lucius se iluminou e eles correram para o carro com todo o apoio possível de seus companheiros lobisomens. Ela não conseguia descrever a felicidade e alivio que estava sentindo.

Lucius segurou sua mão em todo percurso e só a soltava quando precisava fazer algo para dirigir. Quando chegaram lá ela saltou do carro e enxergou uma mulher ao longe olhando para os lados e abrindo o portão da garagem com cautela. Mila acenou para a mulher para dizer que estava tudo ok e Lucius entrou lá com uma muda de roupas. Lucas e Lucius saíram de lá minutos depois e caminharam sorridentes em sua direção. A mulher os seguiu com uma boa distância de diferença e Mila pensou que ela não era estranha, até sua ficha cair.

— Vamos ter companhia, espero que vocês não se importem. Estraguei a caixa de água do prédio e ela não tem onde ficar enquanto concertam.

Ele indicou a pessoinha caminhando lentamente atrás deles.

Mila gritou assustando aos dois e correu para abraçar a mulher que não lhe era estranha.

— Biscoitinho! — Gritou ela e eles ficaram sem entender nada.
Daia retribuiu ao abraço e caminharam juntas e felizes até eles.

— Vocês se conhecem? — Perguntou Lucius.

Mila concordou com a cabeça e viu uma surpresa divertida nos olhos de ambos quando disse.

— Essa safada é minha prima.


               
                               

4 comentários

  1. Obrigado pelo capítulo♥ e por favor continue a postar.

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  2. Cada vez melhor !
    Espero a continuação, vou me roer de ansiedade!

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  3. Amo o seus contos são demais em especial meu vizinho lobo amando muito tudo isso !!!

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  4. Oie muito top,imagina viver algo assim deve ser demais sair do ser normal kkk.

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