9 Capítulo :
Não precisei encará-lo. Eu já sabia o que
ele estava pensando.
Encarei Katheryne com carinho e
um certo nojo de mim mesmo. Não demorou para Scott aparecer depois do sol se pôr
e ele aparecer atrás de mim, me encarando com Katheryne em meus braços. Com
certeza sentindo o cheiro...do efeito.
─ Foi só
por precaução Scott. ─ Podia
sentir o seu sorriso e zombação, mas no fundo ele sabia que eu me sentia
...satisfeito e culpado.
─ Eu sei
mestre. ─ Ele respondeu e fiz sinal para que ele se
sentasse onde momentos antes, Katheryne estava. Depois que o fez, ele estava
recomposto e com o olhar serio.
─
Perdemos Carlos senhor.
Sem me espantar com á noticia,
eu revirei os olhos. Aquele garoto estava me dando mais trabalho do que ajuda e
eu estava doido para por minhas mãos naquele pescoço e... Enfim, ele precisava
de uma lição.
─ Alguma
noticia sobre o que ele tem feito esses dias? ─ Perguntei e voltei meu olhar rapidamente para Katheryne.
Uma mecha de seu cabelo havia se soltado e caído sobre seus olhos.
Aproveitei aquele momento para coloca-lo
em seu lugar e encará-la mais um pouco antes de me voltar á Scott. Não queria
admitir a mim mesmo, mas... se dependesse só de mim, ela não sairia nunca mais
daquele castelo, do meu lado.
Scott pigarreou e passou a mão
por sua testa. Ele estava suando frio, esperando minha reação diante de uma
resposta , não tão boa.
─ Ele
conseguiu fazer barganha com quatro clãs de vampiros diferentes. Dragoirs,
Vladesc, Corvinus e ...─ Scott parecia desconfortável e demorou um
pouco antes de falar o ultimo. Quando o encarei com meu olhar matador , ele
abriu a boca.
─ Valérius
.
Essa era a ultima palavra que
eu gostaria de ouvir em toda minha eternidade.
Meu estomago revirou só de
ouvi-la.
Segurei Katheryne com um pouco
mais de força e senti como se minhas presas estivessem prontas para a ação. Valérius.
Carlos tinha ido atrás daquele... nem sequer conseguia pronunciar uma maldição
boa para aquele tipo, mas fosse como fosse, Carlos ia receber um pacote bônus por
aquilo.
─ Quando os
Clãs pretendem reclamar o que eles pensam que é deles?
Scott deu um sorriso amarelo.
─ Essa
noite.
Me levantei com Katheryne ainda em meus braços
e sorri para Scott .
─ Parece
que vai ser uma noite divertida. ─ Disse á
ele e ele pareceu animado e eu também estaria, embora não fazia ideia de como
ia deixar Katheryne de fora dessa. Se ela apenas não estivesse lá na hora... a pouparia
de todo o trauma de ver o poder vampírico de um único, puro, hibrido e me
pouparia, dela provavelmente nunca mais querer ver meu rosto em sua vida.
Se ela me visse daquele jeito...
Ela nunca mais me olharia no rosto e eu não estava em condições de pensar
quando se tratava dela. Eu acho que apenas... a transformaria e a deixaria
imortal. Só assim eu ficaria em paz. Se nada pudesse machuca-la e se eu tivesse
certeza que não importava o tempo, ela ainda estaria lá, estaria ligada á mim
por toda a eternidade.
Meu rosto ficou serio e voltei a olhá-la
discretamente, antes de voltar meu olhar para o nada.
─ Não
vou ser bom Scott. ─ O
avisei. ─ Não sobrará nenhum, nem mesmo Valérius,
apenas por pensar em querer algo que é meu.
*********
Abri meus olhos lentamente. Demorei para me
acostumar a pequena iluminação que tinha no ambiente. Olhei em minha volta um
pouco confusa com o que havia acontecido e na minha cabeça, a resposta mais óbvia,
era que tudo era minha imaginação e que tudo não passou de uma peça em minha
cabeça, mas lá estava ele. Todo lindo e sexy num traje de pirata vampiro
moderno.
Calças negras levemente folgadas abaixo das
coxas, junto com botas de combate negras. A calça destacava as partes boas,
coxas, bumbum, outras coisas... Uma camisa de algodão branca, cheia de botões e
aquele olhar negro. Como se quisesse me absolver para dentro dele. Naquela luz
fraca, ele parecia o pecado.
Levantei a cabeça devagar e
segurei minha cabeça com as mãos com medo que meu mundo girasse, mas eu me
senti ótima quando o fiz. Como se eu apenas tivesse acordado de um ótimo sonho,
como se tivesse tirado o peso do mundo de minhas costas.
Fiquei confusa com meu corpo, então decidi
perguntar para o único que deveria saber o que se passava e por que eu estava
num quarto e numa cama.
─ Eu
dormi? ─ Perguntei esfregando os olhos, rezando
para que eu não estivesse maquiada.
Jason deixou sua cabeça cair de lado e me
olhou, com carinho. Ele parecia cansado e pensativo, e eu tinha o sentimento de
querer acalmá-lo, mas aquilo era seria insano.
─ Acho
que você tomou vinho demais. ─ Disse
seguido de um sorriso educado, mas ele não parecia muito feliz e sim, sombrio.
Eu concordei com a cabeça e me
levantei quando vi a escuridão da noite do lado de fora da janela.
─ Deus! Que
horas são?
Jason olhou seu celular e me
respondeu.
─ 19:30
hrs.
Eu arregalei os olhos e fui o
puxando para fora do quarto e descendo as escadas, dobrando corredores. Só deus
sabe como eu encontrei o caminho para a saída, a única explicação era que eu
tinha um sexto sentido maravilhoso !
─ Onde é
o incêndio? ─ perguntou ele com uma
certa surpresa no olhar. Obviamente reparando na minha façanha de me esgueirar
por um castelo e conseguir sair.
─ Festa.
Vão me matar. Amigas. ─ Disse
meio sem ar quando cheguei lá embaixo. Quando o olhei ele estava me encarando
surpreso novamente. ─
Dormi
e minhas amigas vão me matar.
Jason concordou com a cabeça e
tirou a chave do carro do bolso de sua calça sexy.
─ Não
vamos deixar que isso aconteça então.
Esperei até que ele entrasse
primeiro para ter uma visão perfeita da sua parte traseira e depois entrei em
seu carro. Seguimos viajem para a escola o que demorou um tempo de carro embora
parecesse que estávamos voando naquele carro. Jason parecia um ninja dirigindo,
como se ele tivesse nascido fazendo aquilo, e com mais de cem quilômetros por
hora! Tinha que admitir que ele era fera. Ele diminuía e acelerava de acordo
com suas necessidades e até eu mesma tinha que admitir, eu estava amando o
passeio. Sempre que meu pai me levava para algum lugar de carro, ele fazia o caminho
mais longo por que eu me acalmava e acabava ficando com sono durante os
passeios. Isso era o que eu mais precisava no momento, tranquilidade e Jason
percebeu isso.
─ Acho
que devo ir mais rápido. ─ Disse
ele com uma voz sensual e brincalhona. ─ Você
está com tanto tedio que esta com sono.
Eu o encarei e sorri para ele
me espreguiçando .
─ Ao
contrario meu jovem, estou amando o passeio , é só que... meu pai me levava
muito quando criança passear de carro para me acalmar e quando estou num carro,
fico no modo zen.
Ele arqueou as sobrancelhas e
sorriu.
─ Aposto
que isso não aconteceu com o Edward.
Quando Jason terminou de dizer
essas palavras eu senti um arrepio e algo dentro de mim se despedaçou. Com tudo
que tinha acontecido eu havia esquecido do Edward! Com certeza uma hora dessas
ele estaria... não, não! Minha mãe ia me matar !
Jason estava pronto para pedir desculpas
quando eu o interrompi.
─ Pare o
carro! ─ Disse á ele e ele pareceu duvidoso.
─ Por quê?
─ Perguntou chocado e eu comecei a lembrar
dos detalhes assim que fui falando.
─ Edward
foi atacado e o deixei na floresta. Uma hora dessas ele deve estar... Oh. Minha
mãe vai me matar cara! Eu não podia ter deixado ele sozinho.
Ele pareceu frustrado e de mal
humor, mas pelo menos não revirou os olhos como achei que ele ia fazer.
─ Ele
tentou te estuprar. ─ Disse
ele tentando devolver minha razão. ─ Ele merece estar vivo para aguentar isso e
muito mais.
Olhando para Jason, ele não
parecia ter nenhum pouco de pena ou remorso por aquilo. Mesmo que ele tivesse
razão, eu não podia deixar de me sentir culpada.
Sem celular ou modo de ligar
para alguém para pedir socorro para Edward, eu fiquei lá tentando conter as
lagrimas nos olhos para que Jason não as visse, pois se não, ele ficaria
irritado sem duvidas. Quando chegamos na escola avistamos algumas pessoas na
entrada do ginásio onde estava ocorrendo a festa. Jason saiu do carro e rodeou
minha cintura com seu braço possessivo e encarou cada pessoa naquele lugar como
se estivesse identificando monstros. Olhos de caçador, como um animal tentando
achar sua presa perdida.
Ele encarou feio algumas pessoas, algumas
pessoas o olharam feio. Em seguida um homem alto , jovem, de cabelos brancos
longos e olhos vermelhos brilhantes em meio a escuridão, se aproximou e o olhou
com olhar superior, em seguida me olhou. Com desejo e eu senti repulsa, não
senti nenhuma vontade de esconder o que estava sentindo, tanto que quando ele
me olhou eu fiz uma careta e voltei meu olhar para Jason que o olhava fixo. Se
prestasse a atenção, podia ouvir um rosnado vindo do fundo da garganta de
Jason.
─
Imaginei que você viria aqui está noite. ─ Disse
ele sombrio, sua voz cortante como uma lamina .
O homem sorriu para Jason e me
deu uma olhada rápida antes de se voltar para ele.
─ Vejo
que está com algo em mãos, pelo jeito não vou ser o único.
Jason parecia um vulcão de fúria,
mas eu mesma me defendi.
─ Único?
Mãos?! ─ Eu disse. ─ Nem em sonhos cara.
Ele sorriu e encarou Jason
satisfeito.
─ Eu
gosto das que tem língua afiada filho, pelo jeito não somos tão diferentes.
Meus olhos se arregalaram
ligeiramente e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa Jason começou a me
dispensar.
─ Por
que você não entra e conta para suas amigas o motivo da demora. Tenho certeza
que você terá muito o que falar.
Seus olhos estavam vidrados nos meus. Hipnotizantes.
Eu podia sentir minhas pernas amolecendo com aquele olhar e por mais que eu não
quisesse ir, eu fui. Sem nem sequer saber por que o obedeci . Tudo que ocupava
na minha cabeça era o homem loiro e sombrio chamando Jason de filho, e em
nenhum momento Jason chegou a discordar.
Adorei!!! Valeu a espera.
ResponderExcluirAgora aguardo o proximo !!!