Guia Para Garotas Contra Zumbis - 8º Capítulo - Não está definitivamente bem.

                                


   Depois que descansamos e comemos alguma coisa, Ian , Dylan e o pai deles foram abastecer o carro de Dylan , já que não dava para usar a picape de Ian. E o pai dele estava sem carro.

Minha amiga Lynd aproveitou para me dizer umas palavras enquanto fazíamos lanches para a viajem.


─ Não quero me sentar ao lado dele. ─ Disse ela colocando uma fatia de pão sobre o seu lanche e armazenando num pote e eu fiz o mesmo. Depois de estarem prontos colocamos numa lancheira enorme e aproveitei para pegar algumas bebidas também. Depois de um minutos dei um toque para Ian e ele veio buscar a lancheira para pôr no carro.

Eu o encarei, mas ele estava centrado na sua missão de trazer sua mãe de volta e isso me preocupava. Eu também tinha perdido os meus, não que eu fosse uma pessoa ruim de coração ou algo do tipo, mas eles haviam me dado medo e eu não tinha vontade de ve-los assim, muito menos se eles estivessem como minha avó...
    Ian nem sequer me olhou nos olhos, apenas perguntou se minha arma estava carregada e se Lynd tinha certeza de como se usava uma.

   Ela respondeu que não e eu disse que qualquer coisa eu a cobriria, não que ele parece gostar da ideia, mas pelo menos ele não ficou com cara de general do exercito, olhando para alguém que ele considerava um fardo. Normalmente ele não era assim. Ele era um doce, mas acho que ele estava chocado demais para perceber que ele estava agindo de jeito estranho. De qualquer modo, eu não o atrapalharia em nada. Faria meu trabalho ou dever como uma boa – alguma coisa- já que não sei se estamos namorando, se temos uma amizade colorida... Se tivéssemos tempo ou internet, ou interesse. Colocaríamos em nosso status do facebook que nosso relacionamento é complicado . Ou que estamos em um relacionamento sério demais com zumbis .

  Entramos no carro e Lynd me fez sentar no meio do banco de trás, com Dylan do meu lado esquerdo e dela do direito. Ian tentou argumentar que estaríamos em desvantagem do lado direito, pois como ela ficava na janela e não sabia usar uma arma, aquele lado estaria comprometido.

 Eu o encarei incrédula perante sua falta de raciocínio .

─ Seu pai também não sabe, então estamos em desvantagem em igualdade. ─ Disse a ele irritada, mas tentei ao máximo não demonstrar isso.

Homens são movidos pelo testosterona quando o assunto é batalha e tem mulher que reclama quando eles pensam com o pênis e não com o cérebro.

  O pai deles passou pelo portão e Ian apertou o controle remoto para que ele se fechasse automaticamente e ligou a segurança. Depois disso foi duas longas horas com o traseiro doendo, com Dylan esfregando sua perna na minha e me dando olhares, e minha amiga dando olhares feios para os olhares de Dylan. E Ian dando olhares feios para os olhares feios de Lynd e de seu irmão. Só faltava um apontar a arma para a cabeça do outro e dizer fogo !

  Quando chegamos lá, quase saltei do carro e sai atirando na esperança de aparecer alguns zumbis. Qualquer coisa era melhor do que passar mais um minuto naquele carro.

  Nós saímos e Ian avaliou o perímetro com seu pai atrás dele e Dylan do meu lado e de Lynd.

─ Vamos entrar por trás. ─ Disse Ian e o seguimos por falta de opção.

   Quando seguimos para a parte de trás do hotel famoso e vimos a piscina com aquele cheiro, deus me ajudasse eu ia morrer somente com o cheiro. Da primeira vez que entrei no hotel, fiz Um monte de Zumbis entrarem na piscina sem ter jeito de sair, pois bem... os que entraram , não saíram e como não saíram eles apodrecerão e a piscina agora era uma água negra cheirando a morte e podridão. Tivemos que erguer o colarinhos de nossas roupas para evitar de sentir aquele cheiro com muita força.
     Tudo parecia estranhamente silencioso fora um zumbi no hall  que parecia meio avoado. Dylan sorriu com a oportunidade e retirou uma faca que estava escondida em suas calças. Ele seguiu em direção ao zumbi distraído e o atacou por trás, o acertando no meio da cabeça. A cena era horrível, porem necessária. Depois de terminar seu trabalho sujo, Dylan me encarou e sorriu mostrando – Acho eu – Sua... como poderia dizer, masculinidade?

   Ian não gostou e se encaminhou para o elevador, mas ele não estava funcionando mais, subimos um andar e olhamos para uma porta onde o elevador deveria subir para aquele andar. Alguns zumbis acabaram caindo naquele buraco e o elevador havia ficado preso no andar de baixo por causa do peso. Pelo menos sabíamos o que tinha ocorrido e estávamos agradecidos de pelo menos ter umas , duas dúzias de zumbis presos em algum lugar.

    Continuamos a subir os andares quando Ian parou e olhou para mim.

─ Acho melhor nos separamos. ─ Disse ele. ─ Não vou conseguir tirar minha mãe daquele quarto com ela naquele estado sem ter um punhado de zumbis vindo em minha direção. Vou precisar que Anna, Lynd e Dylan fiquem aqui. ─ Disse ele voltando seu olhar para o corredor.

─ Esse corredor é fechado , então só vai ter surpresas de um lado. ─ Disse Dylan já se posicionando .

Ian fez sinal com a cabeça e saiu com seu pai. Ficamos quietos ouvindo os barulhos quando ouvimos tiros e gritos de uma mulher que eu esperava que fosse a mãe deles e que eles tivessem conseguido tirá-la de lá do jeito bom. Que tudo seria um susto e que ela só estaria meio surtada. Como Ian e o pai dele não voltava logo, as surpresas começaram a brotar em nossa linha de visão, nós atiramos e quando parecia que nossa munição estava acabando, eu peguei a arma de Lynd e continuei até terminar o pente.
 
    Depois disso havia dois ou três zumbis mais que Dylan exterminou com uma facada.

Lynd estava chocada num canto olhando para nós assustada. Eu encarei Dylan e depois meu corpo, estávamos cobertos de sangue em diversos lugares como se tivéssemos saído da guerra. Para nossa sorte, nenhuma gota de sangue era nosso.

   ─ Estamos bem . ─ Disse ele revirando os olhos e me abraçando. Como se esse fosse um momento apropriado!

─ O quê você está fazendo? ─ Perguntei á ele incrédula e ele gargalhou, de verdade, sem ao menos se perguntar se aquilo viria a nos dar problemas.

Ele me encarou e aproximou seu rosto do meu.

─ Todo herói merece seus agradecimentos. ─ Disse fazendo biquinho para que eu desse um beijo nele. Eu coloquei minha mão em sua boca e o empurrei.

─ EU também trabalhei aqui, se quer beijo, beije a Lynd. ─ Disse á ele bem a tempo quando Ian apareceu no corredor.

 Seu pai estava atrás dele tentando conter os braços de sua mulher que estavam tentando cravar as unhas nas costas de seu filho. Ian a estava levando em suas costas. O rosto dela estava com uma coloração roxa e suas veias estavam saltadas, eu já tinha visto mortos o suficiente para saber que ela era uma.

─ Ela está morta cara. ─ Disse Dylan chocado e passando a mão em seu cabelo melado de sangue. Dylan parecia tão chocado quanto o próprio Ian. ─ É um deles!

─ Não! ─ Ian gritou. ─ Vamos dar um jeito! ─ Disse ele enquanto seus olhos juntavam lagrimas.

Eu segurei minha arma firme em minha mão até ver que a mãe dele tinha soltado suas mãos dos braços de seu pai e estava indo em direção a Ian.

Dylan gritou e me joguei sobre Ian que perdia o equilíbrio com sua mãe sobre ele. Ela gritou, Ian ficou imóvel e tentei remove-la de cima dele com minhas próprias mãos. Foi quando ela movimentou seu corpo e se jogou com toda a força para trás forçando meu corpo a recuar e acabamos caindo do terceiro andar.

Tudo que consegui ver antes de cair e bater a cabeça, foi Ian e Dylan me encarando enquanto gritavam.

                                   
                                 *********

   Eu olhei aquela cena em câmera lenta. Minha mãe obrigando ao corpo de Anna a ir para trás enquanto seu corpo se dobrava e escapava pelo corrimão da escadaria do terceiro andar . Ambas cairão e ninguém teve tempo de segurar nenhuma das duas. Tudo que pudemos fazer, foi olhar.

  ─ A culpa é sua imbecil! ─ Gritou Dylan me empurrando e me fazendo cair para trás, sobre meu traseiro.

  Ele limpou um pouco de sangue da sua mão e encarou o hall, onde o corpo delas estaria agora .

─ Eu disse que ela estava morta! ─ Gritou ele.

Dylan me ergueu pelo colarinho e me encarou, gritando em meu rosto enquanto cuspia enquanto gritava.

─ Dê agora a porra do seu jeito. ─ E me empurrou novamente me levando ao chão.

Mal deu tempo de pensar direito e já estávamos distribuindo murros e socos um no outro enquanto nosso pai e Lynd gritavam e tentavam nos separar. Só paramos quando estávamos cercados por zumbis.

   Com o ódio, raiva e a adrenalina correndo nas veias, Dylan e eu nem sequer usamos as armas de fogo. Fomos distribuindo golpes, chutes e quebrando pescoços, cabeças e facadas até estarmos livres de qualquer deles. Com o caminho livre e cobertos de sangue  descemos correndo as escadas . Quando chegamos lá embaixo nossa mãe estava caída sobre uma mesa de centro de vidro. Ele estava quebrado e havia um enorme pedaço dele preso em sua cabeça. Ficamos chocados vendo aquela imagem e olhamos desesperadamente para os lados vendo onde o corpo de Anna estaria.

  Não a encontramos. Tudo que havia era um rastro de sangue e nenhuma sombra dela.

 Encarei Dylan que parecia insano naquele momento, como se algo dentro dele estivesse quebrado.

─ Vamos encontra-la . ─ Disse á ele e chequei minha arma. Eu só tinha mais cinco disparos e o resto da munição estava no carro. ─ Vamos ter que recarregar. ─ Disse, mas ele ainda estava parado olhando o rastro de sangue que terminava na porta de saída por onde havíamos entrado.

  Um pensamento perturbador passou pela minha mente. Se Anna havia caído na piscina... – Mexi a cabeça tentando fazer aqueles pensamentos desapareceram, mas eu já tinha imaginado a cena. Nós nunca poderíamos tirá-la de lá e mesmo se conseguíssemos por milagre, seria tarde.

   Meu pai e Lynd desceram e a primeira coisa que ela fez foi procurar por sua amiga. Vendo que não tinha nada ela começou a se preocupar e depois me olhou com o que parecia ser raiva.

─ Ela não está aqui e a culpa é sua! ─Disse ela. ─ Quem em sã consciência entra em um hotel forrado de zumbis para tirar sua mãe zumbi de lá!

  Eu fiquei irritado com a falta de respeito por minha mãe , mas no fundo ela até que tinha razão. Não só tinha perdido minha mãe como a garota do qual eu amo. Não. Pensei – Ela está bem, eu vou encontra-la.

─ Ela deve ter batido a cabeça e ficado confusa, nós vamos encontra-la.

  Dylan me encarou se posicionando e falando novamente .

─ Já fez demais Ian. Eu faço isso.

  Eu queria discutir, mas ele foi seguindo adiante sem mim. Meu pai e eu seguimos até o carro onde havia um zumbi obeso tentando vira-lo. Eu não podia deixar aquilo acontecer, pois era a única coisa que nos manteria a salvo e nos tiraria daquele lugar.

Quando dei me conta. Eu estava chacoalhando os braços e chamando a atenção do gordão.

─ Aqui ó! ─ Gritei para ele e levantei um pouco a camisa. ─ carne fresquinha para você .

  Meu pai correu para um lado tentando me puxar junto, mas me soltei e corri para o outro lado. O gordão veio junto enquanto eu corri pelas bordas da piscina, não demorou muito pra ele perder o equilíbrio e cair na água negra e fedida, e logo, desaparecer em meio dela.

 Meu pai saiu do hall e me abraçou.

─ Quando foi que você ficou assim? ─ Perguntou parecendo realmente preocupado.

Eu dei de ombros sem saber realmente o quê responder, mas na verdade, isso não tinha resposta.  Acho que sempre fui insano, mas não tanto quanto Dylan. Ele sempre foi meio bipolar, mas ultimamente ele estava estranho, mesmo que tivesse motivo e eu desconfiasse que ele ainda gostava de Anna, ele estava estranho. Eu sabia que a culpa era toda minha, mas ele também agia como se fosse dele, como se ele sentisse algo tão forte, uma culpa, que não aguentasse segurar aquilo e já fazia dias que ele ficava trancado no porão e não dizia há ninguém. Sempre pensei que ele estava treinando como eu. Dando uns tiros, mas eu estava desconfiado que não fosse isso...por causa de seu comportamento.

─ Eu sempre fui assim. Você que estava ocupado demais para notar. ─ Disse á ele para depois me arrepender das palavras duras, mas era verdade. Maioria do tempo Dylan e eu tínhamos que passar o tempo juntos mesmo que não fossemos um melhor amigo do outro, era só para termos a companhia de um familiar por perto, como família. Depois de um certo tempo nos acostumamos a seguirmos nossos caminhos sozinhos e paramos de tentar. Só nos juntávamos nos dias de ficar com Anna e ficar jogando papo fora, comendo e jogando videogames. Era tão bom, normal que acho que isso nos fez gostar dela de um jeito diferente.

Só que Dylan não conseguiu lidar com isso e estragou tudo. Agora, fui eu. Estraguei tudo de um jeito pior.

Entrei no carro e deixei meu pai lá e carreguei a arma.

─ Fique abaixado ok?! ─ Disse á ele. ─ Ela não deve ter ido longe.

Meu pai fez que sim com a cabeça, mas antes que eu pudesse ir ele agarrou meu braço.

─ Me desculpe filho.  ─ Eu o encarei surpreso e só consegui responder um ok. Por mais que eu o amasse, eu não conseguiria simplesmente dizer tudo bem pai, mesmo sabendo que não ia ser assim. Meio que já era tarde para essas coisas. Como o mundo ter que quase acabar para um pai ver o caminho que seus filhos estão indo.

  Eu sai rapidamente fechando a ´porta do carro e comecei pensando no rastro. Se ela estava ferida, viria até o carro, mas ele não estava muito longe da piscina... Há não ser que algo á estivesse perseguindo. Ai ela teria feito um caminho completamente diferente.

Nenhum dos dois era bom. Então decidi seguir a sorte e que deus me ajudasse.

   Procurei de cabo a rabo naquele hotel e nada, o único lugar que faltava era o estacionamento subterrâneo . Então desci lá fazendo silencio e prestando total atenção, quando cheguei lá, Meu irmão e Lynd estavam cercados por zumbis que vinham em sua direção. Sem sequer piscar eu atirei e joguei uma arma para ele. Fomos derrubando um por um até sobrar somente um deles, do qual nenhum dos dois estava disposto a dar um tiro.

Anna estava num canto, coberta de sangue com a pele acinzelada . Seus olhos estavam levemente arregalados e sangue escorria de seu braço. Ela gemeu e Dylan e eu também, só que por motivos diferentes.

Nós estávamos chocados e abalados. A mão de meu irmão estava tremula e Lynd começou a chorar . Foi quando levantei minha mão e posicionei minha arma mirando em sua cabeça.

  Foi quando ela simplesmente rolou os olhos e me mostrou o dedo do meio.


            
                              

3 comentários

  1. OMG!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Vc esta me deixando em uma agonia mortal. Que medo, curiosidade e ansiedade pelo proximo!
    Mais uma dica pra por no seu Guia: Tome cuidado com os parentes transformados do seu relacionamento complicado, porque vc pode acabar se dado mal.

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    1. kkk bem isso mesmo. Vou ver se consigo soltar ainda hoje mais um capitulo do meu vizinho lobo. confesso... está sendo divertido escrever sobre Lucius se apresentando aos pais de Mila.

      E sobre minha personagem " Zumbi" kkkk digamos que ela foi bem esperta...

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