A Maldição dos Wolf - 5º Capítulo

  

Quando acordei já havia amanhecido e pequenos feixes de luz entravam por entre a cortina. Tinha passado a noite aqui e nem mesmo umas horas de sono fizeram com que meu corpo fosse poupado da dor das batidas. Olhei para os lados e percebendo que graças ao céus não havia ninguém me levantei e segui até a porta cambaleante, minha perna doía muito e quando passei por uma janela e a luz bateu na minha perna vi um hematoma enorme em volta do meu tornozelo , onde a besta havia agarrado.  A dor era insuportável e atrasaria mais minha fuga daquele lugar.

     Passei a mão pelo meu cabelo a andei pela casa até achar a sala de estar onde a entrada principal se localizava e girei a maçaneta. Quando a abri um vento forte me acertou junto com flocos de neve. Neve. Nunca havia nevado abaixo da colina onde a cidade ficava, the wolf’s hell era um inferno de calor, chovia muito pouco e frio era muito difícil, isso só provava uma vez mais o quanto esse lugar era amaldiçoado.
      Ajeitei meu pé para descer um degrau quando ouvi uma voz forte como um trovão:
− Espere! Não pode fugir !  Você vai... – Mas antes que ele terminasse eu já tinha ido manca mesmo, tentando correr enquanto parecia que ia deixar cair meu pé no caminho e deixa-lo lá. Corri e pensei que estava tudo bem até ver uma coisa... uma besta, correndo em minha direção com seus pelos negros e dentes afiados  e não tive escolha a não ser correr por entre as arvores que ficavam do lado contrario de onde o portão estava. As arvores eram grossas o suficiente e estava nevando e isso já me bastava para despistar a besta. Parei e me escondi embaixo de uma arvore oca a tempo de ouvir a besta se aproximar bem a minha frente, Ela bufou e balançou a cabeça irritada e correu seguindo em frente enquanto eu segui para a esquerda bem longe daquela coisa.
       Já quase não sentia minhas pernas já que estava de saia e as botas de salto agulha não tinha sido feita para andar , nem mesmo correr na neve, quase entrei em desespero e pensei em desistir, mas não ia fazer isso. Quando vi que a coisa estava voltando tirei as botas e subi na arvore usando as forças dos braços e rezei, rezei para que ela não soubesse subir, se não... não sei o que ia fazer.
       Ele ficou embaixo da arvore e olhou para cima, quando me viu seguiu até duas arvores a frente da minha e se escondeu entre elas.
− Saia dai ! – Ele gritou – Desça ou vai cair.
      Mas não liguei a mínima mesmo vendo que meus dedos estavam mudando de cor.
− Não com você desse jeito! – Gritei de volta enquanto um arrepio corria pela minha espinha. – Deve estar louco se pensa que vou descer!
   Houve um movimento e depois ele falou novamente.
− Estou melhor agora... – ele disse um pouco mais calmo e menos animalesco. Eu pensei então, se ele estava naquela forma horrenda e esta normal agora...
− Você esta nu? – Perguntei e ele não respondeu.
− É bom que você não esteja mentindo se não.... – Disse descendo com o maior cuidado para cair de bunda no chão na neve. Agora tudo estava congelado, mas não doendo. Acho que a neve e o frio fez com que tudo ficasse amortecido, isso não era bom, nem ao menos ruim. Tentei ficar de pé e nada, tentei de outro jeito e...nada. – É bom que você esteja vestido... por que... preciso de uma ajudinha.
− No quê ? – Ele perguntou e revirei os olhos envergonhada.
− Não sinto minhas pernas.
   Ele fez um som abafado e saiu detrás das árvores , nu e peludo. Abri a boca tentando gesticular algo , mas ele ficou preso na minha garganta e não consegui fazer nada a não ser olhar e fazer um “O” com a boca. Ele sorriu e se abaixou oferecendo seus braços.
− Você é fudido louco! – Disse zangada com ele , mas tudo que ele fez foi sorrir. Um belo , sincero e maravilhoso sorriso que fez meu coração literalmente descongelar.
− Você deveria se preocupar com sua circulação sanguínea e não com minha nudez, além do mais, não sinto frio.
  Impertinente.  Eu amei !
−  E Eu te disse para não fugir.

Um comentário

* . Comente aqui o que você achou da postagem , se gostar vire seguidor do blog. * sua presença é muito importante.