Meu Vizinho Lobo - 16 Capitulo

                     16 Capítulo:
                                                                                    

   Na manhã seguinte Mila havia lembrado de tudo o que provavelmente deveria e queria, nunca ter lembrado. A imagem de um lobisomem enorme, com seus pelos negros e olhos brilhantes, suas presas se sobressaindo de sua feroz boca num grande rosnado. Tudo era um borrão turbinado com emoções de medo e ódio. Mila estava fraca na noite do acidente e achou que poderia não ter chance..., mas depois de se recuperar, as imagens vinham e vinham mais forte a cada vez que ela tentava lembrar.
     Lucius em sua forma Lycan desviando de balas e saltando ferozmente sobre os corpos humanos de seus pais, os devorando. Tirando filetes de sua pele.... Ela não queria nem sequer relembrar daquilo que suas lagrimas vinham à tona e não estava disposta a repetir a cena de chororo nos braços de Lucius. Não depois dele ter mentido para ela.       

    Embora soubesse que era para seu bem e que só queria protege-la, ela se sentia culpada e em sua cabeça passavam-se várias coisas que ela poderia ter feito para que as coisas não tivessem tomado esse rumo, mas tudo no fim levava para um só caminho.... No fim, tudo era sua culpa. Lucius havia matado humanos, seus pais haviam morrido, a cidade inteira se não o país, estava a caça de um dragão mitológico que somente havia saído de seu esconderijo para salvá-la. Tudo sua culpa.

    Mila estava pronta para desabar quando sua prima entrou no quarto e se jogou na cama de Lucius.

— E essa cara? — Disse ela tirando a mecha de cabelo que havia caído em seu rosto. Mila apenas deu de ombros.

—  Lembrei que Lucius matou meus pais. —  Daia abriu ligeiramente os ombros e revirou os olhos.

— Nada contra eles, mas mereceram. Quase que te matam . — Disse ela com uma dose de rancor. Mila sabia que seus pais nunca haviam gostado de quando Mila costumava brincar com suas primas e por isso, muitas vezes as tratavam mal. Mesmo sendo crianças na época. — Está brava com ele?

— Só pela mentira, o resto é minha culpa.

  Antes que pudessem continuar a conversa que Daia sabia que deixaria Mila triste, Ela mudou o assunto para quebrar o gelo e mudar o animo de sua prima.

— Esse tal de Lucas me coloca aos nervos. — Disse Daia com um sorriso. — Agora cismou que eu preciso fazer exames.

Mila sentou ao lado de sua prima e pegou um punhado de roupas que estavam ao seu lado, as colocando sobre o colo de Daia.

— Você teve que vim às pressas para cá, pensei que gostaria de dar uma saída por aí. Sei que gosta de preto.

Daia admirou o vestido e a jaqueta e agradeceu o gesto. Fazia muito tempo que ela não saia e queria mesmo sair por ai e aproveitar suas férias.

—Obrigada.

— Imagina . — Mila respondeu e olhou no rosto de sua prima. — Lucas provavelmente pensa que você é uma casta por que somos parentes.

Daia a encarou incrédula sem saber o que era aquilo, então Mila mostrou. Transformando seus olhos. Ela não soube se tinha dado certo até sua prima a olhar espantada, ela não sabia como os comandos funcionava.

— Caralho! — Sua prima gritou. — Me ensina! Pelo amor de Deus, me ensina isso.

Mila mal pôde conter o riso.

—  Eu não sei como isso funciona.

—  Ele transformou você? Como nos filmes?
Mila discordou.

—  Lucas disse que meu Dna se modificou para ficar á altura do meu parceiro. Como se eu mesma tivesse me transformado para ficar parecida com Lucius.

 Daia a olhou fascinada. Mila podia ver que ela queria saber mais, porém, ela mesma não poderia explicar muito detalhadamente.

— O que tem isso haver com esse negócio de casta? —  Ela perguntou e Mila fez o possível para resumir de um modo que ficasse fácil.

—  Como se fossemos seres sobrenaturais. Só que no lugar de sermos uma coisa só, de uma só espécie. Podemos escolher ser o que queremos. No meu caso, acho que não foi somente por Lucius. Havia uma tal de Jane que queria me dar umas porradas e o único jeito de revidar era ser como ela... Então.... Me transformei para me defender e dar umas bolachas nela.

Daia gargalhou com sua explicação e amou tudo aquilo.

—  Bem, eu não queria fazer exame nenhum. Agora eu faço, só para saber se posso fazer isso também. —  Daia saltou e se levantou num pulo animado se encaminhado para a saída.

—  Posso treinar umas porradas nessa Jane também? —  Mila riu.

—  Fique à vontade.

— Saímos depois então.

Mila concordou e sua prima saiu saltitante pronta para um dia de exames para ser uma criatura sobrenatural. Ela se sentiu feliz por ela, Daia talvez não tivesse tantos problemas com coisas sobrenaturais como Mila teve. Ninguém merecia carregar toda essa culpa.

                                                               
                                                           ******

                                            
        Ao passar das horas Lucius apareceu pelo complexo para avisar aos seus homens e presentes que haveria uma reunião com a imprensa pois algumas pessoas alegam e tinham certeza que o tal dragão havia saído daquela direção e Lucius obviamente tinha que criar uma desculpa perfeita para explicar por que metade do complexo estava em reconstrução e sem uma parte do teto.

Problemas, problemas , problemas.

 Quanto mais ele tinha esperança, mais problemas apareciam em sua porta.

Todos estavam alvoroçados e ele pronto para distribuir as ordens.

— Calma pessoal, tudo vai dar certo. Somos fortes, calculistas. Temos problemas e vamos resolver. Se precisarmos ter mais uma guerra, teremos e venceremos, como sempre foi. Se precisarmos de apoio, procurarei apoio dos líderes vizinhos. Tudo que preciso de vocês e que mantenham a calma e seus lobos dentro de seus corpos. — Ordenou Lucius. — Qualquer indicação que estamos escondendo alguma coisa, os humanos caíram em cima de nós como urubus. Então mantenham seus olhos focados e seus movimentos corporais, eu quero frieza, cordialidade, educação.

— Hoje vou ser um pouco mais egoísta que o normal e exigir exatamente TUDO de vocês. Isso e mais um aviso. — Disse Lucius respirando mais um pouco. Somente nesse ano teremos mais três luas de sangue então se preparem para o ano mais fudido de suas vidas e rezem para que seus únicos desejos nesse dia sejam guiados por luxuria , não fome, nem ódio. Se não teremos que nos preocupar em esconder uma fileira extensa de corpos e não estou disposto.

     Com o aviso e as ordens dadas, Lucius passou um par de horas resolvendo coisas de última hora. Contratando bufês, garçons e outras coisas que precisaria para acomodar os humanos que esperavam colher a cabeça de lobo de Lucius com suas próprias mãos. Ele quase agradeceu por nunca ter dado esse gostinho aos seus inimigos.
Imagine sua cara de satisfação quando ele entrou no saguão vendo aquele monte de repórteres e câmeras apontados para sua mulher enquanto ele estava terminando de resolver os problemas .... Seu sangue fervia ao ver a rostinho daquele tal de Antônio interrogando Mila tão ardentemente.
  A única coisa que não deixava ele fora de controle era o fato de Lucas estar trancado nos fundos fazendo exames com a prima de sua mulher. Enquanto não a vissem, ninguém faria muitas perguntas.

 
                                                                  *******


— Você saberia nos dizer algo sobre a criatura mitológica? Ela tem alguma ligação com o líder Lycan? — Antônio perguntou colocando um microfone na cara de Mila. Se ela tivesse poder, ela sabia bem onde poderia enfiar aquilo. E pensar que ela só queria ter saído com sua prima esta noite... Nunca havia paz realmente.

— Não vi nenhuma criatura mitológica fora a que vi no jornal senhor. Que eu saiba Lycans não tem asas, não sei de onde tiraram a ideia de ligação.

 Mas nada parecia satisfazer realmente Antônio. Se ela não o conhecesse, ele bem que poderia ser de uma raça de sanguessuga mutante, claro, sem fazer ligação aos vampiros. Até onde ela sabia, alguns ajudaram Lucius em seu resgate.
 Havia muito barulho a sua volta e mais do que tudo queria fugir. Tinha medo de se descontrolar na frente de tanta gente, então ela tentou ser mais do que forte, ser uma rocha. Por Lucius.

Antônio olhava para os lados e ao ver Lucius seus olhos brilharam, ele queria o corpo de Lucius num espeto. Mila pensou e ela sabia que o jornalista tentaria transformar sua vida num inferno esta noite para tirar seu marido do serio.

—  Teve alguns ataques na lua de sangue e uma mulher sumiu na fronteira, você sabe de alguma coisa? Sabemos que Lucius tem alianças com outros líderes por causas de territórios , talvez o líder da fronteira tivesse deixado algo escapar ao seu amante.
Mila não gostou do jeito que ele havia dito amante. Como se Mila fosse uma espécie de escrava sexual, mas respondeu adequadamente e não fez piadinha perguntando se a tal moça seria sua outra prima. Embora parecesse engraçado caso ela perguntasse, ela não queria alarmar ninguém sobre sua família.

— Não conheço ninguém da fronteira e duvido que alguém contaria algo assim a Lucius. Fora que se não encontraram o corpo, mais provável que tenha fugido com alguma criatura sobrenatural. Eles estão procurando companheiras se sentem sozinhos... — Mila respondeu e ainda acrescentou. — Fora que não foi registrado nenhum tipo de estrupo e morte entre sobrenaturais com mulheres. E os humanos que foram registrados mortos nas estatísticas eram ladrões, estupradores e pedófilos. Sinto dizer que mereceram as mortes.

  Antônio como sempre não gostou da resposta.

— Você apoia então criaturas sobrenaturais.?

— Apoio enquanto ver o lado bom delas.

— E o lado ruim? — Questionou Mila e ela respondeu.

— Então quer dizer que eles são tão humanos quanto nós, que adoramos ver o circo pegar fogo.

  Antônio se retirou enfurecido e Lucius abraçou Mila com um braço, com o outro ofereceu uma bebida.

— Para acalmar os nervos. —Disse ele e ela sorriu pronta para animar a ambos.

— Ou você quer simplesmente me embebedar.

 Lucius foi pego de surpresa com a frase e logo sorriu animado.

— Devo separar uma garrafa para mais tarde?

Mila revirou os olhos e o abraçou de volta e sentiu seu cheiro. Isso acalmava um pouco a parte sombria dentro dela.

— Até duas. Depois disso aqui vou querer.

Lucius beijou sua testa .

— Você não é obrigada a aguentar, você pode ficar com Lucas nos fundos. Ver se está tudo ok com sua prima. — Mas Mila recusou, ela não queria abandonar o barco e ver Lucius sozinho. Seria o mesmo que abandonar um filhotinho de lobo fofinho no meio de um covil de cobras. Era idiota a comparação, mas na mente de Mila era covardia. 
Ele não precisava ser sempre forte e nunca baixar a guarda só para protege-la.

— E deixar você com os abutres? Deus do céu Lucius.

E foi assim o resto da noite. Lucius recebeu uma montanha de perguntas e acusações, mas foi quando soltaram essa frase que Mila quis morrer.

— Como sua amante reagiu a morte de seus pais? — Um dos homens disse em direção a Lucius e Mila pode sentir seu coração parar momentaneamente.

O rosto de Lucius... culpa, ódio. Tudo misturado. Tudo para que Lucius fosse descoberto, tudo para tirar os dois do serio.

Mila segurou a mão de Lucius e tentou segurar as lagrimas. Ela não era tão forte quanto pensava, mas Lucius era muito mais. Seu rosto era uma máscara indecifrável e fria. Qualquer um que não o conhecesse, pensaria que Lucius seria capaz de matar a todos e beber seu sangue e roer seus ossos enquanto sorria em meio ao massacre. E possivelmente era bem capaz. Mas seu rosto... não demonstrava nenhuma emoção no momento.

Ele respirou normalmente e respondeu com indiferença.

— Isso diz respeito á ela, somente a ela, e não de vocês que não são da família.
Mas as vozes ainda enchiam o lugar, o barulho, as perguntas que feriam.

— Eles foram mortos por qual criatura sobrenatural?

— Estavam em pedaços!

— Eles não aprovaram a união da sua filha com um monstro?

— Quando você vai liberar a garota?

 E mais e mais perguntas e teorias. Gritando tudo na cara de Lucius e Mila. Fazendo aquela culpa crescer dentro dela. Até que chegou um momento que queria gritar. Felizmente foi adiado com a voz grave e feroz de Lucius.

— A reunião de hoje era somente sobre a criatura mística, e somente para essa finalidade. Se vocês querem resposta perguntem para um médico legista e não para mim. E não incomodem minha esposa, a dor é dela e vocês não tem direito nenhum de encher sua cabeça com perguntas dolorosas.
Vocês querem alguém para culpar. Culpem a si mesmos. Todos foram alertados sobre a lua de sangue. Todos foram avisados. O que aconteceu com eles foi uma fatalidades, assim como sempre acontecem a cada segundo em mãos humanas. Então se forem me fazer perguntas sejam sérios e profissionais ou se retirem. Não vou dar satisfação para ninguém, responderei apenas por educação.

 E lá estava uma multidão chocada e raivosa com um Lider Lycan orgulhoso e poderoso. Mila sentia inveja daquela segurança e seu coração palpitava. Embora magoada pelos seus pais e pelas perguntas, Mila se lembrou da primeira vez que viu Lucius na tv. O mesmo Lucius arrogante e orgulhoso em sua frente.

A noite terminou mortalmente. Ninguém havia morrido, mas quando Lucius se encaminhou para a porta do quarto onde Mila estava deitada, ele parecia que queria morrer.

— Desculpe. — Disse ele se deitando ao seu lado, mas não a tocando. — Não sei se um dia vai me perdoar, mas precisa saber que sinto muito.
Mila o abraçou e deixou cair as lagrimas que tinha segurado a noite toda.
— A culpa não é sua. — Disse ela. É minha. Lembrou ela para si mesma e beijou ternamente Lucius. — Querido, acho que vou precisar daquela garrafa.



               
                               

4 comentários

  1. Parabéns por outro maravilhoso capitulo.

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  2. Toda vez que acabo de ler um já quero o proximo!!!
    O capitulo ta maravilhosos

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  3. Muito bom...mal posso esperar pelo proximo capitulo...estou eufórica rsrs

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  4. Adorei...mal posso esperar pelo proximo capitulo...estou eufórica!

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