Sebastian ....
Mike estava com aquela cara calma e com
os olhos inquietos, me dando a indicação que a merda tinha ido para o
ventilador e eu não queria adicionar o nervosismo por ele saber que eu estava
puto da vida por ele ter me atrapalhado. Cruzei os braços sobre o peito e
deixei meus olhos em tom branco, por mais que gostasse da cor não poderia
controlar sua aparição. Era só estar irritado que o modo ceifador estava
ativado.
- Desculpe ter atrapalhado. - Disse
arrependido, mas não liguei a mínima. Tudo que eu gostaria de saber era o
que porra estava acontecendo e que fosse importante.
Revirei os olhos e deixei meus
lábios numa linha fina. Embora Mike fosse meu irmão eu poderia chutar sua bunda
até Cérberus comer sua carcaça. O único motivo de não tê-lo feito era por
que ambos tinham feito uma coisa ruim para ajudar um ao outro e que não gostaríamos
de revelar as mulheres da casa.
- Ela fugiu. - Mike disse quase num sussurro e também pois seus
olhos em branco ativando seu modo ceifador.
" Eu não sei como aconteceu.. ela é
poderosa demais! " - Ele começou se desculpando novamente, dessa vez
mentalmente. Telepatia era um dos meus poderes preferidos e gostaria mais
quando Anita desbloqueasse seus miolos para que eu pudesse ver seus pensamentos.
Fechei minhas mãos em punho me contendo para não socar o Mike.
" Como diabos isso aconteceu?!
" Gritei mentalmente de volta. Ela tinha escapado e isso só daria em merda
para mim. Eu deveria tê -la matado, mas já estava enfraquecido pela nossa luta
e acabei a trancando numa jaula em outra dimensão. Achei que nunca acharia o
caminho certo para fugir, mas estava errado. Se ela voltasse a esta casa ...
Anita estaria correndo perigo ou eu mesmo. Ela me odiaria o bastante para
querer ter uma vingança a altura e usaria minhas fraquezas para isso e ela
conhecia cada uma delas.
" Ela deve ter seduzido um dos
guardiões e pegado uma carona no barco de Caronte "( O Barqueiro da
morte , ele é responsável pela travessia das almas dos mortos de uma dimensão a
outra) .
Se eu não estivesse
morto, teria morrido de ódio. Podia sentir a ilusão de meu sangue ferver
e a adrenalina tomar conta de mim.
" Eu cuido disso depois
de voltar de viagem. " Estava com a estratégia pronta em minha cabeça e
saindo de minha boca quando o chamado da morte veio. " Cuida de Anita por
mim, é uma ordem. " Disse dando meia volta mais puto da vida do que
nunca. Primeiro por ela ter fugido e Segundo por não ter tempo de me
despedir de Anita.
Saí dando as costas ao meu irmão
e entrei numa sala secreta que ficava na biblioteca, lá estava todos os meus
poderes, segredos e tudo que ninguém, nunca colocaria as mãos. Entrei através
de uma porta atrás de uma estante e fiquei dentro da escuridão até os gritos
começarem. Quando a morte chama não tem como escapar, ela pega você sem você
perceber e quando o faz, já é tarde. Não demorou muito para bombas
explodirem diante de meus olhos e eu estava dentro da guerra. Homens gritavam ,
abatiam seus inimigos e tentavam salvar os que podiam. O mundo estava ficando
podre e as pessoas incrivelmente burras. Todos tem sua hora certa para morrer.
Por que simplesmente não me deixam fazer meu trabalho? , mas não!!!
Eles tem que matar uns aos outros. Tem que matar a seus semelhantes por motivos
fúteis como poder, dinheiro e até drogas. Antigamente era só um duelo
ali, outro lá, mas atualmente pessoas se matam até por ciúmes ou
simplesmente por ódio. Isso me fez lembrar de um grupo de estudantes que tive
em minha gadanha....Uma das garotas do grupo mandou o namorado atirar em todos
seus colegas, simplesmente por que não gostava deles.
- Hora de pegar almas. -
Disse indo em direção aos fogos. Esperando que seja lá quem morresse ,que fosse
rápido ,assim poderia resolver meus problemas.
Outra bomba
explodiu fazendo meu cabelo voar e um braço se separar do corpo de um homem
próximo á mim.
- A culpa não é sua....nem minha - disse ao homem. - Nem de
Deus. - Continuei. - A primeira coisa que maioria das pessoas diziam à mim
quando morriam era " Por que Deus? " Todos sabiam a resposta,
mas negavam para sí mesmos.
- Deus deu uma coisa chamada poder á vocês, poder de livre arbítrio.
- Coisa que eu não tinha, mas dava um jeito de contornar as coisas. - Deus deu
isso á vocês e o que fazem? adiantam suas mortes e deixam o inferno
cheio! - disse olhando o rosto do pobre homem. O sangue jorrava da parte
direita de seu corpo e dava para ver sua alma saindo pelos olhos.
Eu não queria acalmar
ninguém. Eu apenas queria que soubessem a verdade.
- Depois eu que sou ruim! - disse balançando a cabeça. Sabendo que
não importava o quanto as pessoas errassem, elas jogariam a culpa em Deus e na
Morte. Talvez para amenizar a culpa que tem dentro deles mesmos.
O homem
olhou diretamente em meus olhos e empalideceu, mas não sabia se era por falta
de sangue ou pela presença da morte.
- Não se preocupe...- disse cansado. -
Você não fez tantas coisas ruins.
Estiquei minha mão e minha
foice apareceu com a lâmina afiada brilhando entre a desordem.
- Pra quem sofreu até agora...isso
não é nada. É só o começo do fim.
E o som das ondas cortantes
cortaram o ar.
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